"Toca de tatu, lingüiça e paio e boi zebu
Rabada com angu,
rabo-de-saia..."
(João Bosco - Aldir Blanc)
RITO EMBRIAGUES DA RABADA
ANTIGA E ACEITA
Mesmo a carne não sendo fraca, afinal é rabada, mas vamos às
compras: tem vinho branco (seco, pelamordedeus!) pra vinha de alhos (chique
não?)? Tem sim senhor!; cebolas, sim, vai muito bem, obrigado, e muito alho também; tem louro em folhas e
tomilho; um maço de cebolinha e salsinha picadas, ou se preferirem, o popular
cheiro verde; pimenta-do-reino preta em grão, mas pouco, preste bem tenção. Ops, e a rabada propriamente dita? Essa sim, bem escolhida, e seja dito. Peça bonito: “Rabada pros
amigos, por favor, a mais bonita!”. Não esqueça ainda dos detalhes, afinal ali o diabo vive
preso: falta manjericão pra incrementar o sabor e os odores.
Para a polenta em panela
sonolenta, o fubá dos deuses! Manteiga de verdade para do óleo ninguém sentir
saudade.
Eis o ritual em si, agora: dois dias antes à noite, num belo copo,
um chardonay. Pegue uma senhora bacia com tampa e coloque toda a rabada. Cubra
tudo com todos os ingredientes da vinha d´alhos. Vá sacando o cheiro, em meio a
um e outro gole, inebriante... Depois tampe e ponha na geladeira. No dia
seguinte, você vai lá na geladeira, põe a bacia pra fora, destampa – o chardonay
sempre ao lado, se é que sobrou! - e sente o aroma, mexendo para distribuir bem
a vinha d´alhos.
No terceiro dia você retira, uma por uma, a rabada da bacia,
reservando a vinha d´alhos. Deixe secar bem e reserve numa bacia à parte.
Coe
toda a vinha d´alhos e guarde o líquido.
Daí pega o panelão. Ponha o azeite
(desculpem-me, mas não sou fã de óleo), uns 100ml, não sei, tem que ter olho meu
amigo! Refogue a cebola e o alho, até começarem a dourar. Daí vá pondo, devagar,
a rabada, como se fossem bebês em um cesto, dourando uma por uma (...), vai,
esqueça o exemplo dos bebes . Veja você que tem que ser uma senhora panela!!!!!
Vá pondo, aos poucos, até cobrir, a água da vinha d´alhos, lembrando de separar
as 10 xícaras (pode ser um pouco mais, um pouco menos, que tal usar o olhometro
novamente?) pra fazer a polenta no final! A rabada está coberta? Afinal ninguém
gosta de passar frio em dias gélidos como estes.
Então coloque os tomates, o
manjericão e o coentro, aliás, é esse exato momento de entornar outro gole do
chardonay e se dar ao luxo de uma boa foto!
Você vai deixar umas 3 horas
cozinhando em fogo baixo (ou uma hora na pressão), mas sempre de olho, até a
carne se desprender do osso (não soltar totalmente!), acrescentando água sempre
que necessário (acho que o tempo exato é conforme esvazia-se a taça. Ficou
pronto? Uma dica legal, ou o pulo do gato, é tirar a panela do fogo, deixa
esfriar um bocado e depois levar à geladeira umas horas, até que a gordura
excedente endureça na superfície.
Quando for servir, retire o excesso da
gordura da superfície (é bem fácil), leve ao fogo de novo, tempere com sal e
pimenta e está prontíssimo!
Agora, a polenta. Eu ia lhe dizer como fazer
polenta. Mas acabou daquele chardonay, e acho também que todo mundo sabe uma
ótima receita de polenta!
Blog do Lucas Matos
quarta-feira, setembro 04, 2013
quinta-feira, julho 05, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 11
It’s a
goal! Mea culpa, tomei todas porque era final de Libertadores, entretanto tenho
certeza que se fosse contra o Galo da Comarca também tinha tomado uma pra comemorar!
Hoje
mais do que nunca é hora e lugar pra nossa filosofia de buteco, ainda mais em
tempos dos quais o evento da noite passada nos remota ao fim dos tempos!
Usemos
do #11 nesta epopéia acerca da filosofia em torno do copo americano e assuntos
que o cercam, e coisa e tal, por “ene” motivos. Embora não conste da seqüência
“Fibonacci”, o onze merece lá seu respeito, pois, alem de ser um número primo,
são 11 os jogadores de um time de futebol, e desta feita encerramos todos os
motivos pra esse texto ser tão “pontual”.
Hoje o
Brasil da amarelinha amanheceu de céu claro e ânimos todos em preto e branco.
Há até quem diga que o dia de hoje vai ser internacionalmente lembrado como
“Dia de São Nunca”. Sim, aquele das causas inverossímeis, tão temido quanto o
patrono co-irmão São Jorge, que ora senta praça na Charles Miller, atônito
desde a noite de ontem junto a um seleto bando de loucos. Se non é vero...
Embora
hoje vemos um amor bairrista tomar lugar do pretérito amor clubístico ou até
“pelézistico” (foi necessária essa licença!), tomam como escudo pra lutar
contra o Jorge da Capadócia bandeiras outras àquelas que vestem suas peles, aquecem
seu coração e penduram na porta do quarto quando do nascimento de um querido
rebento.
Tenho
um amigo que diz que pra corno e torcedor que vira a casaca todo castigo é
pouco, e agora entendo Dostoievski (Crime e Castigo) e a redenção dos males
através da dor e do sofrimento do homem. Nacredito!
O ato
de detestar o alvi-negro de parque São Jorge me parece que vem substituindo a
sabedoria popular há tempos. Acho que nem o Nazareno fora tão apedrejado
fazendo o mesmo, ou seja, o bem àqueles a que amava. E hoje todos já sabem a
continuação daquela máxima filosófica “Jesus Salva”: “Jesus salva (keep calm)...
passa pra Sheik, que vai pra cima do goleiro, chuta, e é o gol do título!”
A Budweiser
estava nevada como nunca, a lua cheia das graças do Jorge, a boca do povo,
embora nem tão sobrante dos dentes, postava-se escancarada pela caída do Boca, e
calada de tantas outras bocas, dantes sorridentes e de piadas e sortilégios
outros. Quem cala consente!
Estava
escrito, em letras garrafais, só não viu quem é contra mesmo, ops, quem é cego:
“o time com letras IVECO, contra aquele que obviamente seria O VICE”, e não
estamos ora a falar do Vasco, que desta vez caiu bem antes, antes inclusive do
maior espectador de um tal de Messi! E Neymar, nem o céu, nem a terra, que um
dia nos comerá feito uma boca, parou o meu time!
Brincadeiras
à parte, é hora do fim do bulling que antes sofríamos! É hora da “inclusão
social” chegar à torcida do meu “curintcha”, em plena era do “quero tchu e
quero tcha”, é hora da consolidação de uma nova perspectiva sobre os olhares
por sobre o time de maior torcida, de maior retorno de marketing/inventimento,
e por aí vai... enfim, é hora do bando de loucos emergir da condição de
excluídos, pois hoje somos reconhecidos internacionalmente, temos títulos,
identidade, seguidores, logo endereço, portanto, queremos nosso lugar à sombra!
Não
queremos ser elite! Continuemos bando de loucos... embora o jogo de ontem tenha
transformado indefinivelmente a ordem das coisas. Ganhamos não apenas um
título, ou o maior da América, e de forma invicta, contra o “papa brasileiros”,
ganhamos RESPEITO! E isso é muito bom, e todo corinthiano gosta!
E em face da incerteza quanto aos próximos
títulos, um brinde, pois certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco
qualquer. Hoje não é vai Corinthians, é FOI O CORINTHIANS!
quinta-feira, maio 31, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 10 - ODE À CERVEJA
Mea culpa, oh my God! Na mesa do bar tinha uma cerveja, tinha uma cerveja na mesa
do bar. Tinha (sim) uma cerveja. Na mesa do bar tinha uma cerveja, logo, tornei
a beber!
Mas
caro Drummond, deveras não poderia também ter sido lá um chopp? Creio que sim,
senão vejamos: filosofia de buteco, mais um grande passo para a humanidade, ou
singela dose de tequila pra cada um de nós.
Em que
pesem todos estes malogrados estudos e pesquisas que vira-e-mexe apontam os
benefícios de se beber cerveja e coisa e tal, eu fico mesmo com as assertivas
do instituto data-chopp, apontando que este aprazível líquido é o único que
proporciona os melhores momentos de integração social, que coca-cola nenhuma é
capaz de fazer. Agregue ao seu sabor o charme do copo americano, o inigualável
“amendoin torradim”, a contagiante batucada e o deslumbrante mulheril desfilante
e chegaremos ao seu poderio potencializado ad infinitum.
Concluímos
que a cerveja pode muito bem sanar todos os problemas da humanidade, senão
vejamos alguns, apenas pra exemplificar (nada de números clausus): se fosse cerveja que Jesus tinha multiplicado não
restariam problemas no oriente médio; o efeito da cerveja é melhor que o de
lexotan, idem se comparado ao Activia pro intestino, bis in idem pra granola e
afins; é o gatorade dos ociosos, até porque não acumula nos rins sais minerais
e blá blá blá. Salute!
O malte
todo reluzente devidamente protegido pela espuma pura e alva, ora nos beija a
boca seca, ora inda nos mata após o gozo e outras sortes. Mas não se enganem, é
ainda a materialização da alegria e a diluição de todos os percalços do dia a
dia e cálculos do sapato e da nossa malograda economia. Perfeição gaseificada e
fermentada.
Bóra
garçom, que elas venham logo assim como os seios generosos, sempre aos pares, e
transbordantes, já que uma só, e miséria pouca é bobagem. Companheira ideal pro
antes, durante e pós futebol, sexo e pro tal de rock’n roll, sertanejo e
vanerão (“tão pedindo um vanerão, tão pedindo um vanerão...”, entoaria o bom
Gaúcho fronteiriço), se non é vero!?
Sabedouros
de que todos têm sempre uma desculpa qualquer pra beber, ou uma queixa do
garçom, decerto é certeza cartesiana (embora redundância quase pleonástica) que
uns bebem mesmo é porque gostam, e outros tantos porque apreciam, e tão poucas
outras coisas nos fazem felizes como o copo em riste ladeado por amigos e
assuntos quaisqueres, sorrisos embriagados e visões um tanto quanto tortas ou
perturbadas da vida, se é que vocês me entendem!?
Resta
escrito nas entrelinhas da tampinha que a cerveja é a prova liquida de que Deus
nos ama e nos quer ver felizes, desde sempre predestinados a todas as sortes da
mágica proporcionada nas profundezas dos fungos e leveduras da amálgama dos
destinos daqueles, que como nós, nutrem laços desta refrescante amizade parida por
sobre as bolachas e guardanapos de papel em mesa de bar.
Shakesperando
nosso amor nesta ode à cerveja, sobrevivemos ante ao calor, tal qual a
tempestade, com bravura, não temendo o tempo, que não nos poupa a mocidade, e
nosso amor transforma-se copo à copo, em busca da eternidade.
Eis então o
espírito não apenas de um século, mais sim de todo o Templo!
Sim, o
“ser ao invés da dúvida do não-ser”, ainda mais que incertos todos os dias, e certeza
mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer! Ave William!
quinta-feira, maio 24, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO #
9
Mea
culpa, sou réu confesso! “Peguei, virei, aprovei e gostei, tornei a beber no
mesmo lugar (ou seja, o bar!)..., timtim, timtim, timtim párará, timtim”!
Filosofia
de buteco, quem já está acostumado sabe como é, quem não está também sabe,
afinal de contas todos “entornam” umas, mesmo que no bar da esquina, e assuntam
sobre a aventura da vida cotidiana.
E
falando na aventura da vida (a alheia então sempre parece mais interessante que
a nossa, se non é vero?), estávamos até agora a discutir o som das palavras, ou
seja, que algumas palavras tem um som legal de se pronunciar e outras tantas
nem são assim tão aprazíveis aos nossos ouvidos. Quer um exemplo clássico
disso? A palavra SOVACO, ou a sua corruptela popularesca SUBACO, é feia pra
caramba. Nem vem tanto ao caso seu significado semântico, ou localização e
odores afins, estamos a falar do tal do “vale quanto pesa”, se é que vocês me
entendem? Isso sem contar que a gente nunca sabe realmente se fala o tal do
SOVACO ou SUBACO quanto quer se referir às axilas. Ou será que tal fenômeno só
ocorre em nossa mesa, que aguarda impacientemente mais uma rodada daquele
coberto por três dedos de creme. Garçom, cadê você meu filho!?
Acabamos
por concordar, de outra sorte, que uma das palavras mais gostosas de se dizer,
e coincidências à parte, é a (palavra) BUNDA. O “bum” tônico desta paroxítona
vem agradando nossa gente há bem mais de várias décadas, isso desde nossa
adolescência e coisa e tal, e todas as espinhas na cara. Não há nada como uma
boa e sonora BUNDA! Repitam comigo: BUN – DA!
A
maioria dos xingamentos que usamos no day
by day também entram nessa classe, e são tão prazerosas quanto uma boa
bunda. Não concordam?
Mais
deixemos as palavras pra trás, e vamos em frente com os devaneios de nossas
mentes etílicas. Notaram como, impreterivelmente, gostamos de ser nostálgicos?
Mais antes mesmo que você torça o nariz achando que vou vir com aquele
“convercê” torto e chato afirmando que
“no meu tempo era assim ou assado”, já vou logo finanlizando esse tópico, ou
seja, lembrei disso apenas pra afirmar que este tempo de agora é sim tudo de
bom (e não que o passado era melhor), e que daqui a 10 ou 20 anos vamos nos
relembrar destas conversas regadas à chopp e olhadelas na mesa ao lado,
concluindo apenas e tão somente, por fim, de que tudo na vida pode melhorar e
de que o tempo opera maravilhas no ser humano, até mesmo em nós, machos-alfa
dominadores (!) da espécie.
E eis
que em meio a uma dessas dúzias de assuntos que se perdem no ar em fração de
segundos, lembrei de minha avó, que após um destes sustos que os mais velhos
costumam nos dar após uma complicada cirurgia, veio toda curiosa me perguntar
como estava o nosso “curintcha” na libertadores: “não me esconda nada, quero
saber a verdade heim! To preparada pro pior”, hehehe. As avós são como
Aristóteles para os filósofos, ou seja, estão sempre à frente de nosso tempo, e
de nada importa a idade e não terem idéia do que é um “iPhone”! Segundo elas
mesmo, não deve ser lá coisa tão moderna assim, afinal ta até escrito com “PH”,
lembrando até a pharmacia do século passado, antes mesmo do nascimento delas.
Discorde quem tem coragem: as avós são ou não as propagadoras de toda a
genialidade humana!?
E hoje
nós, a metade do bar, estamos todos muitos contentes porquê o timão foi pra
semifinal da Libertadores, e a outra metade mordendo o próprio rabo pelos
mesmos motivos! Que venha o Santos, já que incertos todos os dias, e certeza
mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”... Se é que eles têm
coragem!
quinta-feira, maio 17, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO #
8
Mea culpa! Chamou truco eu grito
“seeeeis ladrão!” Depois dessa tenho mesmo é que tomar outra lata. Ou seja,
bebi de novo porque tinha churrasco com truco, porque se fosse sanduíche com
churrasquinho grego eu tomava uma tubaína!
Filosofia de buteco, nossas
dúvidas e comportamentos colocados à prova dos nove, bem longe das “fessoras”
de matemática e embaladas por muita cerva gelada. Aí sim heim!?
E tem um amigo meu que diz que
estabilidade é coisa pra carro, ou seja, ninguém ta e muito contente com o que
tem naquele momento. Explico: loira quer ser morena, “crespa” quer chapinha e
escova, lisinha uns cachos e tal, (tem muito) homem que quer ser mulher
(lembrem-se, somos macho-alfa, portanto não corremos esse risco desnecessário,
e sem cabimento, convenhamos!), solteiro quer casar, casado quer ensolteirar e assim
por diante. Ta vendo, ele tem lá suas razões, i.e., estabilidade é coisa pra
carro mesmo, e não se fala mais nisso, oka? E já que estávamos a falar dos
famigerados e mui invejados solteiros, acabamos por concluir, ainda com
“bigode” de chopp por sobre o lábio superior, que o melhor de tudo em ser
solteiro é poder escolher de que lado da cama levantar todos os dias, o resto é
conversa fiada. Se non é vero...
Como se vê, a noite tinha tudo
pra ser outra destas desperdiçadas se não fosse o “amendoim torradin” e as cervejas,
quase congelando em face ao frios destas ultimas noites.
Mais pra mostrar que os assuntos
da noite não iam ser discutidos em vão, travamos um empolgado debate onde
concluímos que essa gente que diz “um beijo no coração, e blá blá blá” só perde
mesmo pra quem faz “coraçãozinho com as mãos”, deixando em terceiro lugar,
quase que comendo poeira, àqueles outros ilustres personas que agradecem com as
mãos unidas, quase que rezando uma “Ave Maria”. Deixa pra lá, nem vamos perder
tempo em dizer que esse gesto, das mãos juntas serve para mostrar submissão ao
império e dominação romana e coisa e tal. Ia ficar muito geek o papo.
Em meio a outro pedido pro
garçom, e não sabíamos se vinha chopp ou cerveja, aí então o papo descambou pra
uma discussão sempre recorrente (redundância necessária), ou seja, passamos boa
parte do tempo discutindo o que é melhor, o magnânimo chopp ou a estupenda
cerveja? Só pra variar, depois de umas duas ou três rodadas, pra se ter certeza
melhor do voto de cada um, acabamos por não chegar a conclusão nenhuma, o que
nos resta a dizer que ficou pra alguma outra noite essa dúvida cruel. Quem sabe
pra uma daquelas noites verão!?
Enquanto devaneávamos sobre a dúvida
cartesiana do “chopp ou cerveja”, na mesa ao lado, um casal muito do
cara-de-pau trocou o chopp mais cremoso da cidade por (pasmem!) uma Coca-Cola e
dois canudos! Nacredito! É o cúmulo do casal ‘perdedor’: sair pra tomar uma
“coquinha no canudinho” e DR a noite toda (leia-se “dê érrê”, ou o popular “discutir
a relação”), em meio aos palitinhos da batata frita.
E já que falávamos de “dê erre”,
e nos lembrando de que macho-alfa não pode “emboiolar” (se que vocês me
entendem?), e ante a tudo que já havíamos bebido, veio a dúvida que não quer
até agora calar: existe “gay-alfa” ou “lésbica-alfa”? Mistério! A dúvida é
relevante se levarmos em consideração que, embora na condição machos-alfa, somos
sabedouros de que as mulheres que costumam mandar nas relações (se non é
vero!?), mas e se o gay-alfa tem um “quê” de bicho-fêmea, então qual das duas,
ops, dos dois manda na manada? Hum... isso deve ser igual o tal do “sexo dos
anjos”, ou seja, anjo é anjo, ponto final e não se fala mais nisso.
Levantem o copo na altura dos
olhos e bradem a última rodada: Saúde aos ébrios de coração (nada de beijinho
no coração heim!) e, já que incertos todos os dias,
certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”!
sexta-feira, maio 11, 2012
FILOSOFIA DE
BUTECO # 7
Mea culpa! Foi meio que “bis in
idem”, ou seja, bebi novamente, mais também, o bar tinha que estar aberto, oras-bolas?
Eu sei, eu sei, se não estivesse aberto eu, com toda certeza, teria uma latinha
gelada ou uma long neck sobrante na geladeira! Vai saber...
Filosofia de buteco, as maiores
dúvidas da humanidade diluídas entre as borbulhas da cerveja e degustadas como
tremoço e amendoim torradinho, verdadeira ambrosia de nossas odes à Baco e às
noites de meu bem.
Nosso templo adorado, o bar,
enquanto lugar onde encontramos os maiores prazeres do homem contemporâneo
(mulher, futebol, cerveja e pistache – não necessariamente nesta ordem) é o
verdadeiro paraíso moderno. Verdadeiro Éden e jardim das delícias com Eva à ser
contemplada em plena sombra da macieira, ou mesmo perto da janelinha. Cobra
danada a açoitar de pecados os machos-alfas bem aventurados!
O balcão do bar é realmente o
local de recompensa de nossas almas, isso antes da morte de nossos corpos, o
pódio onde recebemos a coroa de louros, em homenagem à Apolo, Deus que apaga a
luz, e manda rolar o som a noite toda.
Shangrilá da convivência
harmoniosa entre a cevada e puro malte, é o nosso paraíso oculto aos olhos de
nossas progenitoras. Amém, e que assim seja, hehe!
Verdadeiro Monte Olimpo, não mais
ocupado pelo panteão de deuses e semi-deuses, agora tão somente por nós
sedentos mortais e algumas semi-deusas ligadas ao mundo terreno sabe-se lá por
quê “cargas d’agua” de motivos. Só pode ser sacagem dos deuses “né não!?”
Enquanto uns preferem o paraíso
pelo clima, e outros o inferno pela companhia, fico com o bar por mera questão
de capricho e garantia do chopp geladinho: “três dedos de creme por favor!”
Néctar dos réles mortais, se non é vero!?
Agora entendo o “esvaziar da
mente que adentra ao paraíso” caro Alighieri. E dantes, oh! Dante, eu não
compreendia a tua Divina Comédia mesmo de olhos fixos neste firmamento de meu
Deus!
Coincidências à parte, ou se
preferirem, “serendipity” ou ainda “maktub”, ouço
mentalmente Paradise (do sanscrito “pairi-daeza”) do Coldplay, e faço deste
local frugal bem mais que um país ou local supremo, afinal de contas o acaso
sempre favorece as mentes e caipirinhas (bem) preparadas. Isso realmente
poderia ser um “para-para-paraíso!” (se é que vocês me endentaram?).
Evoé! Peçamos ainda outra rodada
das sacrosantas beberagens de cevada em oferta à Baco e aos descendentes de
Noé, os legítimos proprietários dos Campos Elíseos, eterno repouso dos nossos heróis, santos, sacerdotes, poetas e
deuses, e ora peço vênia para acostar às folhas do junco nossos cantores e
boêmios, os legítimos possuidores da tradição do copo em riste e saudação em
mesa solene e célebre de bar.
Em nosso cotidiano ritual onírico, agraciados pelo mito e
bênçãos, da mesma forma aos que produzem o vinho, agradecemos à Dionísio
alegremente a também proteção do lúpulo, do malte, do arroz, da cana e todas
especiarias que vertem líquidos à comemoração, extasiamento e paladar dos
homens, não apenas do vinho de cor translúcida e aroma frutado que montam os
jarros e odres que nos fronteiam os olhos.
E dantes se possa findar essa ode aos deuses e os templos que
nos montam esquinas e juntam engradados com 24 vasilhas vazias, of course, questiono atônito se um deus
qualquer já deve ter mentalizado, vez ou outra, o nosso mantra sagrado e
inspirador: “já que incertos todos os dias, certeza
mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”!? Se non é vero, ao menos
é ficto! E cosi!
sexta-feira, abril 27, 2012
FILOSOFIA DE
BUTECO # 6
Mea culpa! É! Fí-lo porque
quí-lo! Bebi porque o bar estava aberto, mais tenho certeza de que se estivesse
fechado eu ... bem, eu..., eu teria um ataque de delirius tremis!
Filosofia de buteco, assuntos tão
profundos quanto um prolóquio flácido para acalentar bovino do sexo masculino,
ou seja, o popular “conversa pra boi dormir”.
Há quem diga que somente os feios
e feias são felizes! Pois é, concluímos após uma rodada dupla e muito tremoço
que beleza é como viajante de ônibus, ou seja, é passageira, e feiúra é sim pra
sempre! Ainda, prestem atenção, todo galã que se preze é um chato de galochas,
ou triste de dar dó, enquanto toda deusa é atordoada das idéias, maluquete de
carteirinha ou ainda, e pior de tudo, lhe falta a modéstia como lhe faltam os
trapos em dia de verão insólito de outras brisas amenas.
Desta forma, caros confrades de
taça e queijos afins, concluímos que os bonitões, no “boxe das paixões”, tentam
ganhar uma incauta sempre por nocaute, enquanto a luta dos menos privilegiados
é “ponto a ponto”, combatendo e minando lentamente a resistência das donzelas,
aguardando até final decisão (por ponto) dos juízes.
E por falar em felicidades
(falávamos dos feios, lembram?), me parece que agora pra ser feliz ainda tem de
ser “ecologicamente correto”! Todo mundo agora virou “bixo-grilo de
supermercado” com a proibição das sacolinhas plásticas e blá blá blá (e todo
mundo agora acha isso uótimo!), e continuam tomando coca-cola e consumindo
energia elétrica com a maior naturalidade, se non é vero...
Mais vamos dar um tempo nesta
conversinha “miolo-de-pote” e vamos falar do que realmente interessa em mesa de
bar: mulher! Alguém filosofou que macho-alfa que é macho-alfa não tem obrigação
de distinguir ou diferenciar estria de celulite, “loiro 19 de louro 21” , assim da mesma forma que
as feias tem a obrigação moral de serem alfabetizadas deste o jardim da
infância com o “kama sutra”. Se você não concorda com essa nossa opinião, caro
amigo de balcão, você, que como eu, é um grande entusiasta e interessado nas
grandes questões da humanidade há de concordar, ao menos, que o futiba do
plasma da choperia serve ao menos pra justificar nobremente o vislumbre do
espetáculo da vida: o desfile do mulheril à caminho do banheiro...
... e lhes lembro que o instituto
datachopp constatou que nos homes da estirpe macho-alfa (porque homem por aí
tem um monte, mais macho-alfo já outra coisa) “investem” 43 minutos (pasmem, é
quase meio jogo de futebol!) por dia no esporte/hobby de observação do
bixo-fêmea , enquanto elas nos dedicam apenas míseros 20 minutinhos, ou seja,
elas vivem mais preocupadas com a maquiagem e a manicure do que com o “príncipe
encantado”. Convenhamos, em 20 minutos não dá nem pro gênio do Messi ou Neymar
roubar a cena do jogo e levantar o caneco. Desta forma, como é que as mulheres
esperam achar a sua “metade da laranja” no CEAGESP da vida? Nacredito!
Pra finalizar o papo, antes que o
garçom passe levantando as cadeias e jogando água em nossas canelas, caras
beldades, sejam vocês raparigas em flor da idade, ou ainda belas afilhadas do
nobre Balzac, prestem mais atenção ao jogo, pra não saírem ai perguntando quem
fez o gol do título com o ascender da luz negra, ou quem estava impedida entre
uma e outra canção do Roberto, isso para se dizer o mínimo.
Feios e feias, pra que o clima do
bar não se desfaça mesmo da porta pra fora, mentalizem o mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas
nossas noites num boteco qualquer”.
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