COMO NOSSOS FILHOS
Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, e já que sentei na “janelinha”, peço ademais licença poética.
Nem quero lhes falar, queridos filhos, das (mesmas e tolas) coisas que sempre aprendemos, e aprenderão na rua. Agora, sem maiores intenções, quero apenas e tão somente lhes contar como vivemos e todas suas conseqüências. Querer viver tudo aquilo que sonhamos (pode) nem sempre ser, ou trazer lembrança de que o amor é em seu todo uma coisa boa.
Entretanto algum pranto que verter é sinal de amor sincero, enquanto o choro demasiado e insosso, é sinal do fraco espírito, já dizia Shakespeare. Assim, cuidado neném, nem sempre há apenas perigos na esquina. Lembrem-se que nem todos venceram naquele final que julgamos estar escrito pra nós, hoje não tão jovens quanto vocês logo o serão. Um conselho? Vá agora abraçar seu irmão, seja ou não de sangue, e beijar sua mãe, ainda que ela viva apenas na lembrança de seus dias e noites de saudade eterna. Ela que te carregou no braço e seu lábio não tinha pra ti apenas a voz..., tinha um beijo escondido no canto da boca, aquele mesmo já revelado por J.M. Barrie (in Peter Pan).
E se me perguntam “és possível em ti a paixão?” Revelo, deveras, que vivo encantado com minha nova “razão”. Vou sempre nutrir felicidade simplesmente apertando sua mão, que dizer então de compartilhar os seus dias? Pois senti no seu leito o verdadeiro gosto da satisfação e contemplação em olhar pra você... Embora não me esqueci da ferida da vida, ainda viva, aqui no meu coração...
Nacredito, e já faz tempo eu andei e também aprendi na rua, “cabeça de vento” e junto a gente que não se renova, mas sempre reunida. E das muralhas daquilo que construímos, hoje restam apenas ruínas de nossos dias, e ainda, é o que mais nos dói.
Minha esperança agora é descobrir, e te ensinar, que apesar de tudo que fizemos, já não somos os mesmos, e que crescemos..., nos já não somos os mesmos, e crescemos sob o amor de nossos pais.
Talvez nossos ídolos nunca sejam os mesmos, e na aparência ou temperamento pouco lembre seu pai, hoje mais “turrão”. Mas nunca diga que depois deles você não amou mais ninguém!
Pra quem pode até dizer que o amor demora, lembre-se que a velocidade é passado, e a demora é rito que nos inicia nas coisas boas. Ou caso fique se lamentando, ou mesmo, ame demasiadamente o passado, essas pessoas nem sempre vêm que algo novo a vida sempre nos tem...
Ah!, mas hoje eu sei que não basta apenas uma nova idéia, é preciso consciência e atitude pra não restar em casa apenas rezando por Deus e contando o vil metal até o fim de nossos dias.
E lembre-se: muitas vezes dói perceber que mesmo em face de tudo que fizemos, já não somos os mesmos, e nem sempre teremos... nós já não somos os mesmos, e nem sempre teremos... tenha certeza meu filho, que nos já não somos os mesmos e teremos vivos os nossos queridos pais.
Que vocês, nossos filhos, tenham sempre presentes os pais ricos (em amor) e mães maravilhosas.
Saúde, paz, amor e harmonia.
P.S.- Aos nossos descendentes merecedores do nosso incomparável ágape, e in memmoriam de minha mãe, tão merecedora quanto.
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