CARNAVAL 2012 NOS TEMPOS DO FINAL DO MUNDO E PIMENTA NO FACEBOOK ALHEIO É PRA COMPARTILHAR
Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o trio elétrico na ladeira do pelô, mas fiz questão de sair furar o cordão da “pipoca”.
“Carnaval, carnaval... eu fico triste, quando chega o carnaval”, como diria Luiz Melodia, mas na verdade mesmo, acho que apenas ele (e uma pequena leva de pessoas) fica realmente triste na época da folia de Momo, enquanto a grande maioria da população brasileira, assim como o índio, quer apito, e “se não der o pau vai é comer”.
Gosto desta também: “quanto riso, oh, quanta alegria... mas de mil palhaços no salão (sic, e mais de um bilhão por todo o Brasil, - grifo nosso!), Arlequim está chorando pelo amor da Colômbina, no meio da multidão...”
Eu sei que tem gente que curte ir acampar, fazer retiros espirituais, uns aproveitam pra viajar, rever parentes e tudo o mais, mais eu gosto mesmo é do tal do burburinho: “Alá lá ô, ôôô ôôô...”
Verdade seja dita, mas pouca gente sabe que o carnaval tem origem justamente na tradição das festas regidas pelo ano lunar do Cristianismo, com origem na Idade Média. Trocando em miúdos, e para que todos entendam, era uma festa de “adeus à carne”, ou, do latim “carne vale”, daí o termo atual Carnaval. Várias populações comemoravam a festa de seu jeito, e de acordo com seus costumes, mas pode-se afirmar que toda esta estória de colocar fantasia e dos desfiles surgiu na França, na sociedade vitoriana do século 19, e daí exportada para todo mundo, e assim como o futebol, quando veio pro Brasil é que virou clamor popular. E como tudo no Brasil ou acaba em pizza, ou samba, com o carnaval não poderia ser diferente, então “chóoora cavaco!”.
Teve ainda toda uma época de romantismo, dos bailes de máscara e do minuet, na época do Renascimento, e hoje, quem diria, carnaval tem até “dança do créu”, “Tchê tcherere tchê tchê”, e outrora teve ainda “dança da garrafa”, “dança da cordinha” e tantos outros lixos alegóricos, como, p.e., a “Lacraia” de madrinha de bateria de escola de samba, e aí eu sou obrigado a um sonoro “nacredito!”.
Hum, que tal um aparte? Abre aspas: “o termo escola de samba, na minha singela opinião (e como diria o Kajuru: fique sempre com a sua!), convenhamos, parece muita pretensão de quem o usa.
Ainda, quanto a sua origem, consta que com a criação da Semana Santa, no século XI, exigia-se que nos 40 dias que a antecedessem fossem destinados ao jejum dos fiéis, o que acabou por incentivar a reunião daqueles que queriam “tirar a barriga da miséria” antes de se entregarem às obrigações da quaresma, ou seja, o povo fez é festa, só pra variar.
Alguém pode estar aí se perguntando: “mais, afinal das contas, como é que se faz pra saber qual a data em que o carnaval vai ocorrer em cada ano?”. A resposta pra isso não é lá muito simples, parece ate problema de matemática (nacredito!), ou como diria um amigo meu, é necessário um curso rápido de astrologia. Tem que se levar em consideração a ocorrência do equinócio da primavera no hemisfério norte (ou, conseqüentemente, do equinócio de outono no hemisfério sul), e uma conjugação de datas a se computar e depois a se subtrair. É mais ou menos assim: o domingo de Páscoa é certo afirmar que cai sempre no primeiro domingo, após a primeira lua cheia, à partir do equinócio (primavera ou outono, dependendo onde se está), ou seja, da entrada da estação; consequentemente, a sexta-feira da Paixão é a imediatamente anterior ao domingo de Páscoa, enquanto a quarta-feira de Cinzas (que tem esse nome devido às cinzas formadas pelos ramos que são queimados no ano anterior pra benzimento dos fiéis) é aquela situada exatamente 47 dias antes do dia do coelhinho de Páscoa, e toda aquela história do coelho que entrega ovos, que simboliza vida, ressurreição e tudo o mais. Entenderam? Espero que sim!
E tem ainda um nome bonito que eu achei na net, que confesso que nunca tinha ouvido falar, para designar o carnaval, espécie de sinônimo, o tal do “Entrudo”, como assim diziam os portugas do século 16. Termo este de advém ainda do uso dos Grandes bonecos (assim como o “bonecão” de Olinda) usados nas aldeias, que chamavam-se entrudos.
Certo mesmo é que hoje o Carnaval de Salvador está no livro dos recordes, assim como o do Rio de Janeiro é a maior festa popular do mundo, e dos paulistas só serve mesmo pra mostrar que paulista sabe sim sambar, mas bom mesmo eu sempre achei a folia no salão do Umuarama (espero que nunca acabe), na querida e insólita Bariri, onde até um certo amigo de “Fausto” usa protetor fator solar 50, se non é vero!?
E, enquanto o bloco não passa, e desfila a tal da “globeleza”, restam aqui meus reiterados desejos e votos de que pequenos foliões, assim como o meu, tenham o pai rico, e este, encontre uma esposa maravilhosa, embora cheios de confete e serpentina, cerveja na mão e dedo indicador em riste, sim senhor!
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