sexta-feira, fevereiro 24, 2012

GÊNESE

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”. Não me lembro ao certo à quantas da história notara que sabia escrever! Digo “escrever” no sentido de “produção literária”, se é que assim posso chamar as pequenas linhas que tomam meu tempo em frente ao computador. Quem sabe com um pequeno esforço eu me lembre de algo...

“Frente ao monitor, e nacredito, talvez nada pra fazer, em meio as outras coisas que abundavam em minha mente fértil, e logo de inicio, liguei a tomada e o botão. Já havia a luz, talvez fosse um dos primeiros dias, não lembro ao certo. Escrevi então algumas palavras, e vi que isso era bom; apartei então os verbos dos substantivos, e houve adjetivos pra separar os tempos.

Chamei de poema as primeiras linhas que compus, clamando o destino e a melancolia. Nacredito! Exclamei! Eis o primeiro texto! Olhando para o céu, não buscando o “nirvana”, mas fora o sol quem iluminara as trevas, de escritos em sânscrito: o segundo texto.

Juntei, debaixo do céu, em várias narrativas, sentimentos muitos, produziram sementes e frutos que cobriram a erva daninha, e logo vi que era bom. Houve espaço e reticências, após o terceiro texto.

Passaram noites e dias, dos dias, aos meses e ano, estações em luz e estrelas, e o sol e a lua, separados pela noite e pelo dia, assim como hífen em palavras compostas, dois “ésses” separados atônitos pelo fim da folha. E mesmo assim, tudo era bom.

Tive ainda paráfrases em Shakespeare, num outro texto, as idiotices do amor, bem como suas influências planetárias e todos os males desde Verona e a lamina da espada.

Povoei de vida os pensamentos, de grandes sonhos escritos em prosa medieval, citando o esperanto como língua universal, entendida por todos os povos, mera utopia de outrora. E tudo isso ainda me era bom.

De certo só mesmo que Deus nos abençoou, como aos animais, restando a nós as palavras da boca, e o som aos irracionais, para em nossas odes dissertarmos, não mais em latim arcaico, nem mesmo em singular texto, frases feitas, o ópio do trivial.

Tive ainda amores e ódio, em meio às virgulas da oração, explicação desnecessária em frases claras à nossa espécie, e tendo a mulher à semelhança Dele, justamente pra submeter os homens aos caprichos seus. E nacredito, assim ela o fez...

Houve verão e inverno, tese e antítese, risos e lágrimas, montando em crônicas e poesias; formei assim meu exército, aquartelamento de letras e sinais, que juntos tomaram vida, nalgumas vezes a minha.

E num texto qualquer, não creio que fosse o sétimo, rebelaram-se as palavras, para que não findasse a obra, posto que por mais que escrevesse sozinho, elas amontoavam no jardim, com um rio cortando-o em 4 partes: dois átrios, dois ventrículos.

No Éden, de flora literária cíclica, acabamos por comer da arvore do conhecimento, pra ter em prosa nossos poemas vis, depois de enganados, ora pela mulher, desde sempre pela serpente.

E, ao fim, sabedoro do bem e do mal, escrevo letras estas, em páginas em branco, em nosso inferno de cada dia... e toda noite”

Aguardando o dia... maranatha!

Desejo, ademais, que os seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e que este encontre uma esposa maravilhosa! Se non é vero...

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