sexta-feira, abril 27, 2012


FILOSOFIA DE BUTECO # 6

Mea culpa! É! Fí-lo porque quí-lo! Bebi porque o bar estava aberto, mais tenho certeza de que se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu teria um ataque de delirius tremis!
Filosofia de buteco, assuntos tão profundos quanto um prolóquio flácido para acalentar bovino do sexo masculino, ou seja, o popular “conversa pra boi dormir”.
Há quem diga que somente os feios e feias são felizes! Pois é, concluímos após uma rodada dupla e muito tremoço que beleza é como viajante de ônibus, ou seja, é passageira, e feiúra é sim pra sempre! Ainda, prestem atenção, todo galã que se preze é um chato de galochas, ou triste de dar dó, enquanto toda deusa é atordoada das idéias, maluquete de carteirinha ou ainda, e pior de tudo, lhe falta a modéstia como lhe faltam os trapos em dia de verão insólito de outras brisas amenas.
Desta forma, caros confrades de taça e queijos afins, concluímos que os bonitões, no “boxe das paixões”, tentam ganhar uma incauta sempre por nocaute, enquanto a luta dos menos privilegiados é “ponto a ponto”, combatendo e minando lentamente a resistência das donzelas, aguardando até final decisão (por ponto) dos juízes.
E por falar em felicidades (falávamos dos feios, lembram?), me parece que agora pra ser feliz ainda tem de ser “ecologicamente correto”! Todo mundo agora virou “bixo-grilo de supermercado” com a proibição das sacolinhas plásticas e blá blá blá (e todo mundo agora acha isso uótimo!), e continuam tomando coca-cola e consumindo energia elétrica com a maior naturalidade, se non é vero...
Mais vamos dar um tempo nesta conversinha “miolo-de-pote” e vamos falar do que realmente interessa em mesa de bar: mulher! Alguém filosofou que macho-alfa que é macho-alfa não tem obrigação de distinguir ou diferenciar estria de celulite, “loiro 19 de louro 21”, assim da mesma forma que as feias tem a obrigação moral de serem alfabetizadas deste o jardim da infância com o “kama sutra”. Se você não concorda com essa nossa opinião, caro amigo de balcão, você, que como eu, é um grande entusiasta e interessado nas grandes questões da humanidade há de concordar, ao menos, que o futiba do plasma da choperia serve ao menos pra justificar nobremente o vislumbre do espetáculo da vida: o desfile do mulheril à caminho do banheiro...
... e lhes lembro que o instituto datachopp constatou que nos homes da estirpe macho-alfa (porque homem por aí tem um monte, mais macho-alfo já outra coisa) “investem” 43 minutos (pasmem, é quase meio jogo de futebol!) por dia no esporte/hobby de observação do bixo-fêmea , enquanto elas nos dedicam apenas míseros 20 minutinhos, ou seja, elas vivem mais preocupadas com a maquiagem e a manicure do que com o “príncipe encantado”. Convenhamos, em 20 minutos não dá nem pro gênio do Messi ou Neymar roubar a cena do jogo e levantar o caneco. Desta forma, como é que as mulheres esperam achar a sua “metade da laranja” no CEAGESP da vida? Nacredito!
Pra finalizar o papo, antes que o garçom passe levantando as cadeias e jogando água em nossas canelas, caras beldades, sejam vocês raparigas em flor da idade, ou ainda belas afilhadas do nobre Balzac, prestem mais atenção ao jogo, pra não saírem ai perguntando quem fez o gol do título com o ascender da luz negra, ou quem estava impedida entre uma e outra canção do Roberto, isso para se dizer o mínimo.
Feios e feias, pra que o clima do bar não se desfaça mesmo da porta pra fora, mentalizem o mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. 

quinta-feira, abril 19, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 5

Mea culpa! Mais eu juro que só bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu pegava uma latinha no açougue!

Rememoremos nossa boa e velha filosofia de buteco, assaz profunda quanto um pirex de leite pra gato recém nascido.

Dos benefícios trazidos pelo convívio freqüente em mesa de bar (sim eles existem): por mais que se fale de passado ou futuro, o tempo ideal do bar é o agora! A espera por mais uma rodada de “chopim geladim”, como diria o mineiro, nunca é em vão ou desnecessária, pois quando o copo vêm a mesa todos encontram-se de prontidão e demonstram todo acolhimento que lhes é salutar.

O bar funciona melhor que consultório de psicanálise, pois é o (talvez único) lugar onde política, futebol, religião, sexo formam uma temática com assuntos conexos uns aos outros, dando ainda uma áurea toda mística e consuetudinária. Quer ver um assunto de grande relevância? Assuntamos dia destes de onde surgira a fila? É uma forma tremendamente organizada das pessoas aguardarem sua vez, e ninguém sabe bulhufas de onde surgira. Não tem lei que institua uma boa fila! Pronto, falamos de política, o sexo aparece quando ficamos a espreitar alguma rapariga de belos dotes... e se pensar em casamento então, nacredito, taí aparecendo a tal da religião (tanto o evento na igreja quanto o tal do “religare”).

Voltando ao assunto tema de hoje, “dos benefícios e coisa e tal”, a mística é tamanha que pode se desfazer os comentários de qualquer assunto assim num estalar de dedos e pedir pro garçom outra rodada. No day after ninguém mais sequer se lembra se isso fora dito ou apenas povoara nossos pensamentos, ou seja, pode ser mais um destes contos de deusas gregas, fadas e tudo mais.

Serve ainda pra lembrar aqueles assuntos proibidos no trabalho, a risada dada na hora errada, o dedão no nariz, os absurdos daquele juiz ladrão filho de uma... Os advogados criam grandes peças que entraram pros anais do direito de família, os engenheiros expõem as maquetes de suas super construções dignas do NatGeo, os dentistas nos põem boquiabertos dos avanços para clareamento dos sorrisos das incautas, os marqueteiros fazem merchan pra vender mais um cardume do seu peixe, e por aí vai.

A bebida que se sorve aos quatro cantos e balcão sepulcral é elemento deveras importante, pois é ela quem dita as regras do jogo e nunca resta claro a tênue linha entre o “tenho certeza” e o “ouvi dizer”. Falo horrores do meu time, o Zé compra mais uma fazenda, o Garganta pegou outra quarentona chiquetérrima, quem fuma maconha é contra a liberação, o Jão conta de novo que trocou de carro...

Sem essa de achar que estamos floreando demais o pavão, que conversa de bar não é nada disso e “pirirí e pororó”! É no bar que exacerbamos nossos sentimentos e nosso verdadeiro eu. Sim, lá nos erramos muitas vezes, mais como é muito chato estar certo o tempo todo, errar de propósito de vez em quando é tudo de bom pra dar mais emoção à vida, e levar uns sustos pra ter certeza que não morreremos tão fácil do coração.

E quem nunca teve uma grande idéia, destas de mudar a sua vida, em mesa de bar? Se você não registrar logo vai esquecer: pega logo num guardanapo de papel, escreve com “aquela” letra, e enfia no bolso: ou o suor vai derreter ou você no dia seguinte nem lembra dele, ou pior, não vai entender nada do que escreveu. Toca voltar todo mundo de novo pro bar pra tentar parir mais uma destas idéias típicas do Pink e do Cérebro, do Cérebro e do Pink!

Mais antes de levantar da cadeira, tomados por um destes pensamentos megalomaníacos de dominar o mundo e coisa e tal, apenas mentalizem o mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Prost!

terça-feira, abril 10, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 4

Mea culpa! Bebi (outra vez) somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu (acho!) que atacava mesmo numa “padoca”!

Cá estamos, outra vez, assuntando sobre filosofia de buteco, de profundidade análoga à bandeja do garçom! E por falar em garçom... “garçom, traz mais uma rodada...!”

Conversa profunda: nós homens nunca poderemos desfrutar de um legítimo banheiro feminino... se non é vero, vamos aos argumentos: primeiro porque nossas conversas em mesa de bar sempre orbitam em torno de nós mesmos, enquanto para as mulheres, ainda importa muito a vida de bem mais gente que elas conseguem lembrar o nome. Segundo, porque vocês aí até conseguem sentar num bar e tomar umas “par delas” sozinho, enquanto pra elas é praticamente impossível ir ao banheiro sem outra comparsa.

Ademais, ir ao banheiro com outras mulheres merece nenhum pretexto pra elas, enquanto pra nós, machos-alfa é “bis in idem” quando celebramos absolutamente nada em mesa qualquer e chopp certeiro.

Me arrisco a afirmar que as maiores invenções ou conclusões da humanidade deram-se em mesa de bar, ladeada por homens discutindo arquétipos e parafraseando metáforas sobre nosso comportamento e sentimentos outros. De outra sorte, a gente nunca sabe ao certo o que se passa no banheiro feminino, esse é um universo à parte. Mistérios.

Na mesa é fácil a descrição dos nossos sentimentos: nossa sintonia só é perfeita graças à alquimia em nível sanguíneo; o ar torna-se rarefeito, assim, a boca fica seca, a bexiga pede penico, o fígado socorro, a língua enrola as palavras, os olhos anuviam, o estômago é acometido pelo inverno súbito e o nível intelectual altera vez ou outra nossa percepção. Agora, digam-me, quais as transformações ocorrem com o bicho-fêmea dentro de um banheiro? Há uma teoria sem um defensor oficial, e sem base cientifica nenhuma, de que lá dentro elas mostram realmente quem são e pra que vieram...

Enquanto nós falamos através de simbolismos e paráfrases, inventamos parábolas, elas são diretas, dão nomes aos bois (e principalmente às vacas, se é que vocês me entendem!), colocam os pingos nos “is” e fazem com que qualquer entrevero fique muito bem explicadinho.

E aí cortou a prosa, passou uma dessas deusas perdidas na Terra e todo mundo ficou “estátua”, pra não ser muito prolixo, mas já o sendo, ela era “a perfeição entre os derradeiros fios da nuca e o “Nevermore” do Edegar Allan Poe (se não sabe o que é “põe no Google”). Até o chopp amornou.

Mais voltando ao assunto, nós homens em mesa de bar, depois de 4 chopps somos acometidos da alma melancólica, o coração fica sentimental demais da conta, enquanto a mulherada cria mental e emocionalmente uma ligação entre “isso e aquilo lá” (pega pilha) e vai pro banheiro fazer sei lá o quê. Há quem diga que somente no banheiro é que as mulheres são felizes, se non é vero...

E segundo o renomado instituto de pesquisas datachopp, a popularidade da presidenta Dilma (77 purça!) revela que ela só perde neste quesito pra Michel Teló. Com certeza os outros 23% estavam reunidos em nossa mesa, hehe. Mais aí soltaram essa: “não se esqueçam que esse é o ano do Dragão... deve ser isso então”!

E pra acabar o papo e ir embora sem ficar muito “alegre” lembramos da nova lei seca, onde vão usar imagens e depoimentos que comprovarão o estado de embrigaguez, não apenas o bafômetro, e ficou claro que não basta o motorista não ter bebido, tem que ter cara de estar sóbrio, e aí é que eu quero ver.

E antes que eu me esqueça, afora o Barcelona, o que mais anda dando certo na Europa?

Vamos nessa então e “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!

segunda-feira, abril 02, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 3

Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu (acho!) que procurava uma conveniência ou algo parecido!

Ahh! Essas nossas despretensiosas linhas e letras sobre filosofia de buteco, sempre tão profunda quanto um sousplat de porcelana Schmidt (“très chic”, não acham?), quiçá um bowl.

Nem bem chegara a primeira rodada do sacrosanto chopp suado e um destes amigos adeptos das pesquisas e estudos sobre o comportamento do bicho-fêmea nos informara que a média destas sofre 26 anos com os seus cabelos. Aí foi praticamente uníssono: “nacredito!” Claro que em segundo lugar ficaram os sapatos e a escolha da roupa pra ir até a padaria comprar um maço de cigarros (imaginem pra sair e “causar” então!?). Aproveitamos e lembramos que “é osso” não reparar numa cortadinha das pontas ou num clareamento de um tom no loiro-claro-do-piauí que aquele/a super cabeleireira/o fez e ela pagou os olhos da cara. Afh, imaginem a cena!

E falando de mulheres à beira de um ataque de nervos, um amigo recém casado nos alertara que a sua secretária do lar, que até o advento do evento matrimônio era uma seda, agora já está em pé de guerra com a dona patroa, parece até jeans com carrapicho grudado! Conclusão, nunca dá certo duas mulheres em casa, pois se você defender uma leva bronca da outra... “e agora José...? E pra esse nosso amigo não vale a “máxima dos machos-jurubebas” (“sua licença Xico Sá!) de que casar é trocar a admiração de várias mulheres, pela crítica de uma só, aqui no caso são duas!

Ainda sobre esse lance de “relação à dois”, ouvimos numa mesa ao lado, regada de rosas e outras flores da estação, essa pérola digna de compartilhamento: “Sabe esse tal de amor próprio, então, tô ficando com ele, e nossa relação anda uótimaaaa!” O nosso filosofia de buteco tem dia que parece mais guerra dos sexos que qualquer outra coisa, se non é vero!? E nessa tal de guerra nunca haverá um vencedor, haja vista que, vira-e-mexe (literalmente), há confraternização entre os contendores: “na minha ou na sua hoje?”

Nestes dias atrás teve o derby paulista Curíntia e Parmera, e morte e tudo mais que não havia nos tempos em que eu era criança. E aí lembramos quê em Sampa do “tio” Kassab já não pode-se mais fumar em local fechado e proibiu-se o trottoir, agora anda em risco a boemia e, com o andar da carruagem, logo nem vai mais ter futiba no Pacaembu ou outro templo de outrora. Toma tento minha gente, se o fanatismo pelo futebol (ops, leia-se guerras entre torcidas) é sua vida, ela não passa de uma pelada, quiçá mera partida amadora, nunca chegando aos pés de um legítimo “Desafio ao Galo”.

Concluímos, por fim, que o “país do futebol” é um país de definição inerente à geometria: temos problemas angulares (as torcidas organizadas), discutidos em mesas redondas, por um bando de bestas quadradas (sejam os programas televisivos, sejam os governantes e autoridades).

E eis que, devido ao adiantado da hora achamos por bem nos retirar daquele aprazível estabelecimento, mais, só pra contrariar, sempre tem um solteiro que restou por ficar com o singelo argumento de que não poderia ir embora pois “um solteiro não se rende tão cedo”.

E falando em solteiro, outro destes orgulhosos machos-alfa nesta condição lembrou que hoje somos tão monitorados que neste mês gastou tanto no cartão de crédito com chocolate, flores, restaurante, vinhos e jóias que recebeu uma mensagem, pelo celular, da operadora de cartão perguntando: “já comeu ou tá difícil”, hehehe!

Ainda antes de pagar a conta entoamos o manta sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!