FILOSOFIA DE BUTECO # 11
It’s a
goal! Mea culpa, tomei todas porque era final de Libertadores, entretanto tenho
certeza que se fosse contra o Galo da Comarca também tinha tomado uma pra comemorar!
Hoje
mais do que nunca é hora e lugar pra nossa filosofia de buteco, ainda mais em
tempos dos quais o evento da noite passada nos remota ao fim dos tempos!
Usemos
do #11 nesta epopéia acerca da filosofia em torno do copo americano e assuntos
que o cercam, e coisa e tal, por “ene” motivos. Embora não conste da seqüência
“Fibonacci”, o onze merece lá seu respeito, pois, alem de ser um número primo,
são 11 os jogadores de um time de futebol, e desta feita encerramos todos os
motivos pra esse texto ser tão “pontual”.
Hoje o
Brasil da amarelinha amanheceu de céu claro e ânimos todos em preto e branco.
Há até quem diga que o dia de hoje vai ser internacionalmente lembrado como
“Dia de São Nunca”. Sim, aquele das causas inverossímeis, tão temido quanto o
patrono co-irmão São Jorge, que ora senta praça na Charles Miller, atônito
desde a noite de ontem junto a um seleto bando de loucos. Se non é vero...
Embora
hoje vemos um amor bairrista tomar lugar do pretérito amor clubístico ou até
“pelézistico” (foi necessária essa licença!), tomam como escudo pra lutar
contra o Jorge da Capadócia bandeiras outras àquelas que vestem suas peles, aquecem
seu coração e penduram na porta do quarto quando do nascimento de um querido
rebento.
Tenho
um amigo que diz que pra corno e torcedor que vira a casaca todo castigo é
pouco, e agora entendo Dostoievski (Crime e Castigo) e a redenção dos males
através da dor e do sofrimento do homem. Nacredito!
O ato
de detestar o alvi-negro de parque São Jorge me parece que vem substituindo a
sabedoria popular há tempos. Acho que nem o Nazareno fora tão apedrejado
fazendo o mesmo, ou seja, o bem àqueles a que amava. E hoje todos já sabem a
continuação daquela máxima filosófica “Jesus Salva”: “Jesus salva (keep calm)...
passa pra Sheik, que vai pra cima do goleiro, chuta, e é o gol do título!”
A Budweiser
estava nevada como nunca, a lua cheia das graças do Jorge, a boca do povo,
embora nem tão sobrante dos dentes, postava-se escancarada pela caída do Boca, e
calada de tantas outras bocas, dantes sorridentes e de piadas e sortilégios
outros. Quem cala consente!
Estava
escrito, em letras garrafais, só não viu quem é contra mesmo, ops, quem é cego:
“o time com letras IVECO, contra aquele que obviamente seria O VICE”, e não
estamos ora a falar do Vasco, que desta vez caiu bem antes, antes inclusive do
maior espectador de um tal de Messi! E Neymar, nem o céu, nem a terra, que um
dia nos comerá feito uma boca, parou o meu time!
Brincadeiras
à parte, é hora do fim do bulling que antes sofríamos! É hora da “inclusão
social” chegar à torcida do meu “curintcha”, em plena era do “quero tchu e
quero tcha”, é hora da consolidação de uma nova perspectiva sobre os olhares
por sobre o time de maior torcida, de maior retorno de marketing/inventimento,
e por aí vai... enfim, é hora do bando de loucos emergir da condição de
excluídos, pois hoje somos reconhecidos internacionalmente, temos títulos,
identidade, seguidores, logo endereço, portanto, queremos nosso lugar à sombra!
Não
queremos ser elite! Continuemos bando de loucos... embora o jogo de ontem tenha
transformado indefinivelmente a ordem das coisas. Ganhamos não apenas um
título, ou o maior da América, e de forma invicta, contra o “papa brasileiros”,
ganhamos RESPEITO! E isso é muito bom, e todo corinthiano gosta!
E em face da incerteza quanto aos próximos
títulos, um brinde, pois certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco
qualquer. Hoje não é vai Corinthians, é FOI O CORINTHIANS!