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quinta-feira, abril 19, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 5
Mea culpa! Mais eu juro que só bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu pegava uma latinha no açougue!
Rememoremos nossa boa e velha filosofia de buteco, assaz profunda quanto um pirex de leite pra gato recém nascido.
Dos benefícios trazidos pelo convívio freqüente em mesa de bar (sim eles existem): por mais que se fale de passado ou futuro, o tempo ideal do bar é o agora! A espera por mais uma rodada de “chopim geladim”, como diria o mineiro, nunca é em vão ou desnecessária, pois quando o copo vêm a mesa todos encontram-se de prontidão e demonstram todo acolhimento que lhes é salutar.
O bar funciona melhor que consultório de psicanálise, pois é o (talvez único) lugar onde política, futebol, religião, sexo formam uma temática com assuntos conexos uns aos outros, dando ainda uma áurea toda mística e consuetudinária. Quer ver um assunto de grande relevância? Assuntamos dia destes de onde surgira a fila? É uma forma tremendamente organizada das pessoas aguardarem sua vez, e ninguém sabe bulhufas de onde surgira. Não tem lei que institua uma boa fila! Pronto, falamos de política, o sexo aparece quando ficamos a espreitar alguma rapariga de belos dotes... e se pensar em casamento então, nacredito, taí aparecendo a tal da religião (tanto o evento na igreja quanto o tal do “religare”).
Voltando ao assunto tema de hoje, “dos benefícios e coisa e tal”, a mística é tamanha que pode se desfazer os comentários de qualquer assunto assim num estalar de dedos e pedir pro garçom outra rodada. No day after ninguém mais sequer se lembra se isso fora dito ou apenas povoara nossos pensamentos, ou seja, pode ser mais um destes contos de deusas gregas, fadas e tudo mais.
Serve ainda pra lembrar aqueles assuntos proibidos no trabalho, a risada dada na hora errada, o dedão no nariz, os absurdos daquele juiz ladrão filho de uma... Os advogados criam grandes peças que entraram pros anais do direito de família, os engenheiros expõem as maquetes de suas super construções dignas do NatGeo, os dentistas nos põem boquiabertos dos avanços para clareamento dos sorrisos das incautas, os marqueteiros fazem merchan pra vender mais um cardume do seu peixe, e por aí vai.
A bebida que se sorve aos quatro cantos e balcão sepulcral é elemento deveras importante, pois é ela quem dita as regras do jogo e nunca resta claro a tênue linha entre o “tenho certeza” e o “ouvi dizer”. Falo horrores do meu time, o Zé compra mais uma fazenda, o Garganta pegou outra quarentona chiquetérrima, quem fuma maconha é contra a liberação, o Jão conta de novo que trocou de carro...
Sem essa de achar que estamos floreando demais o pavão, que conversa de bar não é nada disso e “pirirí e pororó”! É no bar que exacerbamos nossos sentimentos e nosso verdadeiro eu. Sim, lá nos erramos muitas vezes, mais como é muito chato estar certo o tempo todo, errar de propósito de vez em quando é tudo de bom pra dar mais emoção à vida, e levar uns sustos pra ter certeza que não morreremos tão fácil do coração.
E quem nunca teve uma grande idéia, destas de mudar a sua vida, em mesa de bar? Se você não registrar logo vai esquecer: pega logo num guardanapo de papel, escreve com “aquela” letra, e enfia no bolso: ou o suor vai derreter ou você no dia seguinte nem lembra dele, ou pior, não vai entender nada do que escreveu. Toca voltar todo mundo de novo pro bar pra tentar parir mais uma destas idéias típicas do Pink e do Cérebro, do Cérebro e do Pink!
Mais antes de levantar da cadeira, tomados por um destes pensamentos megalomaníacos de dominar o mundo e coisa e tal, apenas mentalizem o mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Prost!
terça-feira, abril 10, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 4
Mea culpa! Bebi (outra vez) somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu (acho!) que atacava mesmo numa “padoca”!
Cá estamos, outra vez, assuntando sobre filosofia de buteco, de profundidade análoga à bandeja do garçom! E por falar em garçom... “garçom, traz mais uma rodada...!”
Conversa profunda: nós homens nunca poderemos desfrutar de um legítimo banheiro feminino... se non é vero, vamos aos argumentos: primeiro porque nossas conversas em mesa de bar sempre orbitam em torno de nós mesmos, enquanto para as mulheres, ainda importa muito a vida de bem mais gente que elas conseguem lembrar o nome. Segundo, porque vocês aí até conseguem sentar num bar e tomar umas “par delas” sozinho, enquanto pra elas é praticamente impossível ir ao banheiro sem outra comparsa.
Ademais, ir ao banheiro com outras mulheres merece nenhum pretexto pra elas, enquanto pra nós, machos-alfa é “bis in idem” quando celebramos absolutamente nada em mesa qualquer e chopp certeiro.
Me arrisco a afirmar que as maiores invenções ou conclusões da humanidade deram-se em mesa de bar, ladeada por homens discutindo arquétipos e parafraseando metáforas sobre nosso comportamento e sentimentos outros. De outra sorte, a gente nunca sabe ao certo o que se passa no banheiro feminino, esse é um universo à parte. Mistérios.
Na mesa é fácil a descrição dos nossos sentimentos: nossa sintonia só é perfeita graças à alquimia em nível sanguíneo; o ar torna-se rarefeito, assim, a boca fica seca, a bexiga pede penico, o fígado socorro, a língua enrola as palavras, os olhos anuviam, o estômago é acometido pelo inverno súbito e o nível intelectual altera vez ou outra nossa percepção. Agora, digam-me, quais as transformações ocorrem com o bicho-fêmea dentro de um banheiro? Há uma teoria sem um defensor oficial, e sem base cientifica nenhuma, de que lá dentro elas mostram realmente quem são e pra que vieram...
Enquanto nós falamos através de simbolismos e paráfrases, inventamos parábolas, elas são diretas, dão nomes aos bois (e principalmente às vacas, se é que vocês me entendem!), colocam os pingos nos “is” e fazem com que qualquer entrevero fique muito bem explicadinho.
E aí cortou a prosa, passou uma dessas deusas perdidas na Terra e todo mundo ficou “estátua”, pra não ser muito prolixo, mas já o sendo, ela era “a perfeição entre os derradeiros fios da nuca e o “Nevermore” do Edegar Allan Poe (se não sabe o que é “põe no Google”). Até o chopp amornou.
Mais voltando ao assunto, nós homens em mesa de bar, depois de 4 chopps somos acometidos da alma melancólica, o coração fica sentimental demais da conta, enquanto a mulherada cria mental e emocionalmente uma ligação entre “isso e aquilo lá” (pega pilha) e vai pro banheiro fazer sei lá o quê. Há quem diga que somente no banheiro é que as mulheres são felizes, se non é vero...
E segundo o renomado instituto de pesquisas datachopp, a popularidade da presidenta Dilma (77 purça!) revela que ela só perde neste quesito pra Michel Teló. Com certeza os outros 23% estavam reunidos em nossa mesa, hehe. Mais aí soltaram essa: “não se esqueçam que esse é o ano do Dragão... deve ser isso então”!
E pra acabar o papo e ir embora sem ficar muito “alegre” lembramos da nova lei seca, onde vão usar imagens e depoimentos que comprovarão o estado de embrigaguez, não apenas o bafômetro, e ficou claro que não basta o motorista não ter bebido, tem que ter cara de estar sóbrio, e aí é que eu quero ver.
E antes que eu me esqueça, afora o Barcelona, o que mais anda dando certo na Europa?
Vamos nessa então e “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!
segunda-feira, abril 02, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 3
Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu (acho!) que procurava uma conveniência ou algo parecido!
Ahh! Essas nossas despretensiosas linhas e letras sobre filosofia de buteco, sempre tão profunda quanto um sousplat de porcelana Schmidt (“très chic”, não acham?), quiçá um bowl.
Nem bem chegara a primeira rodada do sacrosanto chopp suado e um destes amigos adeptos das pesquisas e estudos sobre o comportamento do bicho-fêmea nos informara que a média destas sofre 26 anos com os seus cabelos. Aí foi praticamente uníssono: “nacredito!” Claro que em segundo lugar ficaram os sapatos e a escolha da roupa pra ir até a padaria comprar um maço de cigarros (imaginem pra sair e “causar” então!?). Aproveitamos e lembramos que “é osso” não reparar numa cortadinha das pontas ou num clareamento de um tom no loiro-claro-do-piauí que aquele/a super cabeleireira/o fez e ela pagou os olhos da cara. Afh, imaginem a cena!
E falando de mulheres à beira de um ataque de nervos, um amigo recém casado nos alertara que a sua secretária do lar, que até o advento do evento matrimônio era uma seda, agora já está em pé de guerra com a dona patroa, parece até jeans com carrapicho grudado! Conclusão, nunca dá certo duas mulheres em casa, pois se você defender uma leva bronca da outra... “e agora José...? E pra esse nosso amigo não vale a “máxima dos machos-jurubebas” (“sua licença Xico Sá!) de que casar é trocar a admiração de várias mulheres, pela crítica de uma só, aqui no caso são duas!
Ainda sobre esse lance de “relação à dois”, ouvimos numa mesa ao lado, regada de rosas e outras flores da estação, essa pérola digna de compartilhamento: “Sabe esse tal de amor próprio, então, tô ficando com ele, e nossa relação anda uótimaaaa!” O nosso filosofia de buteco tem dia que parece mais guerra dos sexos que qualquer outra coisa, se non é vero!? E nessa tal de guerra nunca haverá um vencedor, haja vista que, vira-e-mexe (literalmente), há confraternização entre os contendores: “na minha ou na sua hoje?”
Nestes dias atrás teve o derby paulista Curíntia e Parmera, e morte e tudo mais que não havia nos tempos em que eu era criança. E aí lembramos quê em Sampa do “tio” Kassab já não pode-se mais fumar em local fechado e proibiu-se o trottoir, agora anda em risco a boemia e, com o andar da carruagem, logo nem vai mais ter futiba no Pacaembu ou outro templo de outrora. Toma tento minha gente, se o fanatismo pelo futebol (ops, leia-se guerras entre torcidas) é sua vida, ela não passa de uma pelada, quiçá mera partida amadora, nunca chegando aos pés de um legítimo “Desafio ao Galo”.
Concluímos, por fim, que o “país do futebol” é um país de definição inerente à geometria: temos problemas angulares (as torcidas organizadas), discutidos em mesas redondas, por um bando de bestas quadradas (sejam os programas televisivos, sejam os governantes e autoridades).
E eis que, devido ao adiantado da hora achamos por bem nos retirar daquele aprazível estabelecimento, mais, só pra contrariar, sempre tem um solteiro que restou por ficar com o singelo argumento de que não poderia ir embora pois “um solteiro não se rende tão cedo”.
E falando em solteiro, outro destes orgulhosos machos-alfa nesta condição lembrou que hoje somos tão monitorados que neste mês gastou tanto no cartão de crédito com chocolate, flores, restaurante, vinhos e jóias que recebeu uma mensagem, pelo celular, da operadora de cartão perguntando: “já comeu ou tá difícil”, hehehe!
Ainda antes de pagar a conta entoamos o manta sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!
quarta-feira, março 28, 2012
CURRICULUM VITAE*
Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”.
Quando vamos atrás de um emprego é ordinário, em todos os sentidos da palavra, a apresentação do dito “Curriculum Vitae”, que torna explicito alguns dados daquele que busca a colocação profissional, tais como formação, experiência e coisa e tal. O currículo que analisaremos à seguir poderia tanto ser o meu como seu.
Nascido com o nome que papai e mamãe me deram, residente em casa bem legal: três quartos, uma suíte, living com sala, cozinha e sala de jantar, ah, ia me esquecendo do lavabo e do barzinho no canto direito. Quintal pro cocker ou labrador correr; piscina, ou não (tanto faz, afinal nem gosto tanto assim de sol); churrasqueira e forno de lenhas, e por quê não? Flores, somente pra dizer que não falei das flores..., ops, essa não é bem a casa onde nasci, mas espero ao menos que meu rebento cresça numa destas aí.
Fones são sim todos aqueles: celular somente enquanto tiver bateria; comercial é o do emprego atual, isso até encontrar outro que pague mais. E-mail também tem, mas vive cheio de spam: não agüento mais “correntes” e receitas disso e daquilo. Vez ou outra vem uma mensagem interessante. Faceboock? Tenho tambem, é só curtir aí!
Nacredito, mas o objetivo é sim buscar recolocação profissional, de acordo com meus anseios e necessidades, sendo essas de realização tanto profissional quanto financeira, e blá-blá-blá blá-blá-blá, no melhor estilo tudo-ao-mesmo-tempo-agora, pois aquela coisa de preencher vaga sobrante é pouco original.
Experiência profissional? Se tenho! Já trabalhei com muito papel... rabisquei na infância, depois reciclei, já arquivei, também até já assinei, mas antes fiz quase de tudo, até casa na arvore e de corrida de carrinho de rolimã participei; cortei a “tampa do dedão” jogando bola na rua, fiquei com a língua roxa de tanto chupar sorvete de uva e amora (“vou contar pro seu pai que você namora!”, hehehe). Experiência também tenho em vendas: vendi pipas e jornal velho no mercado pra juntar “algum” pra pipoca na missa das crianças.
Cursei todas aquelas escolas que todo mundo vai. Fiz lição de casa, mas confesso que muitas vezes copiei daquelas meninas lá da frente, embora elas não confessem que a recíproca fez-se verdadeira noutras vezes. Fiz desde “massinha” com Ki-suco até robozinho em feira de ciências, mas dava trabalho mesmo com a tal da matemática e a tabuada, e escrevia longos poemas e cartas que nunca foram publicados, e, nacredito, nem lidos pelas destinatárias.
Até na faculdade fui também, e apensar das festas e afins, o que fiz, nacredito, eu fiz direito. Freqüentei também palestras, simpósios, congressos, e discuti temas polêmicos, não somente em mesa de bar, acompanhado de bons amigos e aperitivos (salve a costela na brasa do “Panela de Barro”).
Tenho Shakespeare em pasta destacada no meu “desktop”, espécie de livros de cabeceira. Li ainda os livros que viraram best-sellers, e tantos outros que duvido que venderam algo, bem como todas aquelas revistas enquanto freqüentava o barbeiro (meu avô dizia que homem ia ao barbeiro, mulher ao cabeleireiro, mal sabe ele que hoje minha esposa é quem faz as vezes do barbeiro).
Meus conhecimentos práticos envolvem, trocadilhos à parte, praticamente de tudo um pouco, apenas ainda não assovio chupando cana, talvez a idade e uma bela dentadura me possibilite tal feito um dia, quando estiver bem velinho, jogando baralho no quiosque da pracinha e lambrando nostálgico dos anos 80 e 90. Enquanto isso não chega, ainda vale um lembrete, fiz tudo que um jovem já fez na vida, e digo mais, fui escoteiro, remei minha própria canoa até agora.
E de mais a mais, ante ao recheio deste currículo tenho gabarito pra pleitear meu lugar ao sol, fator 36 na pele, nada de óculos escuros pra não marcar os olhos, mas com direito à vara e caniço, rede e refresco, milho verde e amendoim torradinho, tudo nos conformes, ante aos meus anseios e necessidades, e toda aquela conversa de realizações e coisa e tal, isso tudo vendo o mulheril passar, aguardando ansiosamente que nossos filhos tenham os pais ricos e as mães maravilhosas!
* Texto escrito nos idos de 2010.
sexta-feira, março 23, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 2
Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu acho que procurava outro!
Continuemos com nossas despretensiosas linhas sobre filosofia de buteco, sempre tão profunda quanto um pires, quiçá um prato raso.
Dia destes ouvi essa assertiva em mesa qualquer: “eu cavo, tu cavas, ele cava... não é bonito, mais é profundo!” Bom, nem preciso maiores comentários acerca dessa frase assaz esclarecedora. Agora vamos ao que realmente é sério.
E já que estávamos a falar de coisas profundas, vamos às vantagens levantadas em pesquisa séria do instituto “datachopp”, de se ter criança pequena e cachorro em casa, e a campeã em preferência foi a possibilidade de escovar os dentes, vez ou outra com a pasta Tandy Uva, e lavar os cabelos com shampoo anti-pulgas, se non é vero!?
Mas já que estamos a falar da seriedade dos assuntos assuntados em mesa de bar, em Minas a tradição butequeira respeita os boêmios, como também fora um tempo assim no Rio de Janeiro, exímios admiradores dos conhecimentos adquiridos nas noites de meu bem, e nos dias de sol nascente. Isso porque lá o povo já apreendera que é lícito e politicamente correto discutir ou filosofar sobre assunto que vinha sendo letrado na mesa ao lado, sem maiores delongas ou boiolagens acadêmicas e epistotélicas.
Eis que vez ou outra tem um engraçadinho que grita: “- Hoje não vou tomar uma não, dizer isso é coisa de viado, vou beber é todas...” e lá se vai por água abaixo toda a seriedade exigida em discussões acaloradas ao redor da tulipa sagrada.
E já que o assunto preferido ou é cerveja ou é mulher (e vez ou outra futebol), nunca necessariamente nesta (obrigatória) ordem, com essa estória de que ta proibida no Brasil a venda de próteses de silicone, a solução é recorrer pra “25 de março” e aproveitar as promo de lá: “leve três peitolas e pague duas”... mais vale três do cambio negro do que nenhuma “original”.
Por falar em futiba, soltaram essa pérola entre uma e outra caldereta: Chalita, candidato à prefeito em Sampa já tem apoio de católicos e evangélicos, resta agora apoio da torcida do Curíntia, hehe, se non é vero!?
Política, adoro política! Ando sentindo falta de uma primeira dama lá pros lados de Brasília, ou será que vocês não concordam comigo, na época do Lula Molusco pelo menos havia alguém pra nos entreter entre um e outro “óbvio lulante”... agora só cai Ministro... que graça tem isso? Nem a oposição tem se valido deste achádego!
Piada contra quem faz piada: o Didi, vulgo Renato Aragão, ganhou dia destes o troféu “Rapadura” no prêmio Risadaria 2012 em alusão a sua carreira, e eis que lhes pergunto: será que ele ainda tem dentes pra degustar a iguaria? Ainda, sabem o que ele perguntou quando ficou sabendo que estava concorrendo ao prêmio? “Cuma?” E não para por aí, quem entregou o prêmio foi nada menos que o macho-alfa-beta-gama Falcão... e aí foi uma briga pra ver quem era o mais bonito, bem como pra ver quem ficava com a rapadura nossa de todo dia.
Me lembrei do Didi porque naquela época as piadas eram justamente sobre as minorias e coisa e tal (negros, nordestinos, carecas, gays), e acabamos concluir em mesa de bar que hoje não se pode nem contar piada de portuga que o dona da padaria já vai lá e faz B.O. por discrininação, que dizer então dos outros “bichinhos” e outros personagens que povoam nossas anedotas? Nacredito! Por fim, achamos por bem lembrar que fazer uma simples piada ou brincadeira jocosa nunca deve agredir qualquer classe social. Piadas com respeito, pelamordedeus!
Veio outra rodada, e entoamos nosso mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!
sexta-feira, março 02, 2012
FILOSOFIA DE BUTECO # 1
Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu acho que ia pra padaria!
Vamos aqui a umas linhas sobre filosofia de buteco (sim ela existe), e é quase sempre tão profunda quanto um prato raso. São histórias que nos dizem muito sobre a condição humana e esta relacionada intrinsecamente ao comportamento masculino. Apenas as conclusões ainda não são lá muito satisfatórias ou resolutivas, se non é vero!?
Primeiramente é de grande valia descrever o ambiente em que nossos devaneios brotam de nossas cabeças pensantes e copo com dois dedos de colarinho: o bar, o boteco ou botequim. Logo te pergunto, existe diferença entre essas terminologias? Of course meus caros companheiros de copo americano. Bar é estabelecimento onde se bebe (ah vá!), geralmente, em pé ou em bancos junto ao balcão e trocando meias verdades com o “vendero”, enquanto Boteco é derivação diminutiva da palavra Botequim, que por sua vez deriva de Bothega, antiga lojinha que vendia de tudo e por isso, enquanto se fazia uma compra, se entornava uns goles e mastigava um tremoço pra salgar a boca e alegrar os 32 dentes, ou quantos quer que sejam no seu caso.
Feita a explicação do vocábulo bar e suas terminologias, o “fundo de cena” destes locais é sempre o mesmo, ou seja, garrafa, copos, bolachas de chopp, “menduim torradim”, homens e mulheres sedentos de bebidas e algo mais, e, como não estamos no campo pra dizer que é o ambiente é bucólico, me arriscaria a dizer que é um tanto quanto “butecólico”. Sei que poderia ter tido outra sorte quanto a essa terminologia, mais não pude perder a semelhança entre as palavras.
A regra número um dos seguidores da seita do boteco perdido é a elegância. Explico: não me venham com essa conversa de que vamos encher a cara de cerva num boteco de esquina qualquer. Isso é degradante à boemia, bem como pode ter interpretações um tanto quanto discriminatórias. Sejamos elegantes, ou seja, o termo correto a ser usado é que “vamos, e ali permaneceremos enquanto nos apetecer, a uma degustação de bebidas em estabelecimento, deveras aprazível, confortavelmente localizado em cruzando de singela rua com vistosa avenida”. Pronto, ficou chique não? Duvido que num primeiro momento alguém vá lhe criticar. E, ademais, isso é uma prova de que elegância, nalgumas vezes é apenas uma questão de semântica.
Mais, sem querer soar muito clichê, mais já o fazendo, o bar e suas companhias é bom mesmo para desanuviar as tensões provocadas pelo estresse acumulado do dia-a-dia “claustrofóbico” (!), e pra um “sem número” de outras finalidades que alguém conseguir enumerar
O boteco, pode-se concluir, enquanto ambiente fraterno, é lugar de rever os amigos e por a conversa em dia, estudar os inimigos, fazer novos (tanto estes, quanto àqueles), ver o mulheril passar cheio de graça, e por que não, vez ou outra se apaixonar por aqueles olhos verdes que faz qualquer chopp esquentar de tanta atenção que merecerem de nossos cansados olhos predadores.
Outro amigo me dizia dia destes (repararam como eu só fico ouvindo, ou que nunca acontece comigo?) que filosofia de boteco não pode ficar escondida debaixo de alguma bolacha de chopp, esperando pra ser redescoberta, visto que a mesma é condição essencial à esclarecer os maiores questionamentos da mente macho-humana, e lógico que estávamos à falar da inquietação do bicho-fêmea e as várias formas de acasalamento, se non é vero!?
Assim já dizia um amigo: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde, e que seus filhos tenham, assim como o meu, o pai rico e este encontre uma esposa maravilhosa!
quinta-feira, março 01, 2012
DEJAVU*
Como as vezes as coisas acontecem como num surpreendente “Dejavu”. Talvez até quem esteja lendo estas linhas, também sinta pairar no ar tal impressão, afinal são coisas que acontecem em nosso dia-a-dia.
Muitos são os que tentam explicar este fenômeno: encontrar ou conhecer alguém que, lá no fundo, juramos já tê-la visto em algum ordinário lugar, em um passado indefinido. Isso sem se levar em conta àqueles que usam desta artimanha como uma já manjadíssima cantada. Mas ao certo mesmo, na ocorrência destas coincidências, só vislumbro o acontecimento de mais uma das grandes coincidências em nossa vida, pois pra mim, as explicações teológicas, espiritualistas, ou qualquer outra metafísica, são todas questionáveis...
Ilustremos com outros exemplos: já vi filmes na TV, ao qual tinha certeza de te-lo visto anteriormente, e no entanto, mais tarde, acabei por concluir que nunca o vira antes, acho que neste caso o roteiro pode ter sido “mais ou menos” parecido com outro qualquer, afinal de contas, vivo a me perguntar de onde surgem tantas idéias em Hollywood?
Me intriga muito quando alguém te conta algo, que vai se encaixar justamente com alguma coisa que já ouvira anteriormente, pela boca de outra pessoa totalmente estranha a primeira, algo tipo te trazerem as respostas/certezas sobre algo que restavam dúvidas. Caso neste caso, não seja o poder do acaso, pode-se concluir com a ocorrência de uma tremenda criação de caso. Isto é, ou temeremos uma coincidência, ou, nacredito, aí sim teremos uma fofoca.
E nos relacionamentos? Dejavu! É sempre, ou na maioria das vezes, procedimental o comportamento nosso ante a conquista e convívio com os pares. Por mais que façamos diferente o que antes fazíamos, não nos sai da mente comportamentos e os toques à pele da antiga “metade igual”. Ou vai me dizer que já não se pegaram comparando, mesmo que para si próprio, o beijo, ou o queixo desta e daquela, bem como o quanto ficam belas quando implicam conosco? E só pra encerrar este tópico “relacionamentos”, e aquela musica, que vocês nunca escolheram para si, mas quando toca surgem aqueles grandes olhos no pensamento, acompanhado do aroma de seus cabelos. São lembranças, nada mais. Mas, se então, você aí, sentir saudades (nacredito), são outros “quinhentos”, e não me responsabilizo...
É, elas ocorrem. As coincidências do cotidiano, sejam as que ocorrem com você, ou até com alguém que te contou algo (porque alguém sempre tem uma pra contar), inundam o dia-a-dia, e acabamos as vezes por nos questionar: NACREDITO, porque me parece que já vi isso antes? Está vendo, em um mundo tão grande elas acontecem aos milhares, tanto comigo quanto com você, bem como com o seu Manoel da padaria, a gente é que acaba não notando.
Reflita um pouco, você pode até nunca ter se dado conta disso, mas ao terminar esta leitura, verá que ela nada te trouxe de novidade, fora tudo apenas relembrado a você. Não é? Então, Dejavu!
Que tal outro dejavu? É, são os meus reiterados desejos para que nossos filhos, assim como o meu, tenha o pai rico, e este uma esposa maravilhosa.
* Déjà vu ou Déjà vi, ora escrito de forma "aportuguesada" é uma reação psicológica fazendo com que sejam transmitidas ideias de que já esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo; O termo é uma expressão da língua francesa que significa, literalmente, já visto.
quarta-feira, fevereiro 29, 2012
TÍMIDO EU!? MAGINA!
Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mais, reiteradamente me sento na “janelinha”, of course!
“Toda vez que te olho crio um romance....” já cantarolávamos nos anos 90, e desde àquela época muitos de nós olhávamos de soslaio, perguntávamos do tempo e coisa e tal, e a única certeza cartesiana era o grito do (cala a boca) Galvão “Vai que é sua Tafarel”.
Quantos de nós já não nos consideramos um medroso em ocasiões que hoje nem gostamos de lembrar (isso para se dizer o mínimo), e logo aquela vontade íntima de dizer algo, ou falar um simples “oi, tudo bem” vai logo por água abaixo. As vezes nem tem facebook que o baste para se juntar à elite de pessoas super espontâneas, super descoladas e tudo que é super “mais alguma coisa”.
Okey, okey, vamos aos fatos (e contra fatos nem sempre há argumentos), sim, estamos falando da difícil arte da sedução dos pares. Aquela famigerada hora de esquecer papai e mamãe e cruzar a tênue linha que separa as crianças das “gentes grandes”.
Primeiramente cumpre salientar que não existe uma formula mágica ou teoria totalmente comprovada que norteie nossos estudos, mais é vero que todos sempre estão em busca da cantada perfeita. Todo mundo sempre tem uma tática infalível, um olhar arrebatador, mais muita gente tem mesmo é mais estória que ação. Como diria um amigo meu “é muito cococó pra pouco ovo”.
Já perceberam que o quê nos atrapalha é uma espécie de fraqueza? Prestem atenção! (e um minutinho de silêncio em busca da “vaga lembrança”)... estou equivocado!? Resta dizer que fraqueza não deve ser combatida apenas com empolgação e cerveja ou vodka. Em plena era do conhecimento devemos usar um pouco da razão até na hora do assédio.
Diria que existem 3 pontos a serem observados: o sonho/desejo, a estratégia/estudo e principalmente o “estou afim de você, logo, existo”! Do you understand me? Se não vamos por partes, como diria Jack, o estripador: o querer, o sonhar motiva as pessoas à um ideal/objetivo, e aí fica um dica de que quantos mais objetivos, mais difícil a conclusão, non é vero? O lance então é foco! Quanto à estratégia, ou estudo, é simples, caros colegas, basta conhecer a incauta, buscar informações valiosas e processá-las com bom senso e prudência (caldo de galinha também não faz mal a ninguém), afinal todos gostamos quando nossos pares sabem quem somos e a que viemos. E por último, caras pálidas, tem que por a cara à tapa, ou seja, falar o que tem de ser dito, e sinceramente, é a pior das fases, porque nem sempre a sentimos, quiçá a reconhecemos. Em linhas gerais, e sem querer ser grosso, é na hora da cantada que o filho chora e mamãe e papai (ainda bem) não vêem, hehe!
Pra quem espera um fluxograma do “mapa da mina” pode tirar o horse of the rain, porque sou apenas mais um em busca do “Santo Graal” das oportunidades que muitos já deixaram passar e nem se ligaram nisso ainda, talvez nem eu.
Nacredito, mas atentem-se que o mundo não é mais (apenas) dos espertos, é também dos tímidos que visualizam as chances e oportunidades, e não deixam um olhar singelo morrer, nem ignoram um beijo escondido no canto dos lábios daquelas que (muitas vezes) encantam os sonhos de muitos e sonha apenas com aquele lhe crie, não em fábulas, um verdadeiro romance.
“Ta vendo aquela garota lá, toda bela, cheirosa e solteira desde que nos entendemos por machos alfa? Então, ta esperando eu ou você que somos tímidos, ou ainda um dito cara esperto, chegar e dizer naquele ouvidinho todas as coisas que ela gostaria de escutar, e que tanto temos (e tememos) pra falar. Se non é vero...!
Que seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e este encontre uma dessas garotas maravilhosas, com um beijo escondido no canto dos lábios...
terça-feira, fevereiro 28, 2012
ME LEMBRO DELA
Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”. Preciso que saibam, todas as vezes que me lembro dela sinto um enorme aperto no coração, mas asseguro-te, não vão me ver chorar por ela. Como as coisas aconteciam tão lindamente, e eu sempre querendo ir alem...
Me lembro, como se fosse ontem, do quanto era feliz, e do quanto não media esforços para tanto, era como se de repente, não me preocupasse com mais nada. Nada de trabalho, estudos, futuro, acho até que esquecera em alguma oportunidade da minha própria família!
O encantamento e a magia notavam-se no brilho do olhar, e tudo acontecia ao meu redor sem que me preocupasse com os problemas que ora vivemos desde aqueles outonos. Acho até que foram os deuses que nos pouparam de tudo isso, prevendo que nem sempre os dias seriam de calmaria, que haveriam tempestades e adversidades outras, e isso hoje é bem mais que noite e dia.
Nacredito, mas me volta à mente, não em raras vezes, quando vejo crianças brincando, do quanto ainda podíamos ser felizes, e do quanto me faz falta a ausência desta ilusão. Gostaria muito de compreender porque ainda sonho tanto com ela. Já não sei se sofro com isso, mas os sonhos ainda habitam o inconsciente nos meus rápidos movimentos involuntários dos olhos.
E os passeios? Foram muitos estes, bem como aquelas conversas onde vislumbrávamos um brilhante futuro, quem sabe até também ladeado por um cão e crianças na santa pax de Dio.
Será então, que ela também não sente saudades minhas? É, porque se fora tão marcante em mim, quem dera não fora indelével a ela? Pois enriqueci em muito suas tardes quentes, iluminei com fartos sorrisos e amor suas noites sublimes, vivemos momentos que, eu sei, não hão de voltar jamais...
Não hão de voltar, e não que eu esteja desejando seu retorno, mas as vezes sinto sua falta! Bem como sei que muitos de vocês também sentem o mesmo, ou ainda, e logo, sentirão. Se non é vero!
É, nacredito, mas eu ainda me lembro muito bem dela. De todos os sorvetes tomados na praça do centro, em frente à Igreja Matriz, num domingo de sol em manhã qualquer. Das várias vezes em que não tínhamos noção do perigo quando das brincadeiras na rua, na chuva ou na fazenda, ou mesmo numa casinha de sapê.
Por fim, sei que minha, não muito longe INFÂNCIA deve guardar mais lembranças que estas meras que coleciono e ora recordo, e assim, sempre relembrando-a, é que volto as vezes às boas recordações do passado, e agradeço e me orgulho por todos amigos que comigo compartilharam singular passagem da vida, e mesmo à aqueles que não fora nos proporcionada naquela época tamanho prazer, sei que tens muita estória a me contar...
Nacredito, percebi que tem mais alguém aí, assim como eu, que em certos momentos ainda sente aquele forte aperto no peito, de saudades de nossa boa e velha INFÂNCIA. Ufa, pensei que fosse apenas comigo.
Só pra não perder o costume, reitero os meus desejos para que seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico, e este logo encontre uma esposa maravilhosa.
segunda-feira, fevereiro 27, 2012
NACREDITO*
(*) NACREDITO!: Composição de palavras por aglutinação; Locução interjetiva superlativa de espanto; sinônimo de “realmente não acredito”, como se fosse exclamada repentinamente por um mineiro.
Dada a explicação semântica da palavra/expressão NACREDITO!, que reiteradamente as pessoas me perguntam donde surgira, assim o foi em certa oportunidade entre roda de amigos, que na época denominávamos Confraria, com suas reuniões religiosamente às quartas-feiras, e todos outros dias, sic, noites profanas, que bem entendíamos, regadas por um pouco de jogo de cartas, alguma cerveja e muita conversa fiada, e servia para que pudéssemos expressar através de um único vocábulo o nosso espanto súbito sobre algo que nos fronteava os olhos, e nalgumas vezes, até franzia o cenho. O “realmente não acredito”, que é substituído singularmente pelo NACREDITO!, talvez soasse prolixo de mais para o momento em questão, e nada melhor do que a naturalidade do povo mineiro para expressar espanto demasiado, tornando ainda mais heterogênea a mistura com sua conseqüência natural, ou seja, a preocupação e/ou estress comum nestes casos.
Durante certa feita a expressão campeou nossos encontros, e muitas outras pessoas apoderaram-se dela, sem que se fosse necessária explicação literal de seu significado semântico, ou prático, bem como trouxe à baila ainda outras expressões do mesmo diapasão, mas isso “são outras cousas”, como diriam os antigos...
De certo mesmo é que, desde outrora, o vocábulo NACREDITO! as vezes parece que me salta aos olhos, como se surgisse por vontade própria em meio as minhas linhas e letras, e mostra-se imprescindível para se possa quantificar a estranheza/espanto cabível então em referida circunstância fatídica. Poderia, ademais, afirmar que o nexo causal entre o fato citado no texto e suas (tentativas de) explicações, de per si justificaria o fim de torná-la tão recorrente, por isso suas reiteradas ocorrências que às vezes me valho em cada crônica.
Na verdade, talvez nem seja tudo isso a correta explicação para a ocorrência deste termo, entretanto achei que soava bem referidas explicações, e ademais, e como eu não perco uma oportunidade pra citar Shakespeare, como diria Ésquilo, in “A Tempestade”, “... quem sabe as segundas intenções da tempestade?” Se non é vero!
Sobre meus textos que ora montem neste blog, ademais, o que segue são crônicas sem grandes pretensões literárias, ora reunidas, sendo que algumas sequer foram publicadas anteriormente, e valem mais pelo meu tempo escrevendo-as do que, talvez, pelo tempo de muitos lendo-as. Embora, espero que sirva de algo à alguém, e aí então, eu já sei quem sou, e pra que venho!
Nacredito, onde estão meus bons modos? A todos meus sinceros desejos de que seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e este encontre uma esposa maravilhosa! É vero...
sexta-feira, fevereiro 24, 2012
GÊNESE
“Frente ao monitor, e nacredito, talvez nada pra fazer, em meio as outras coisas que abundavam em minha mente fértil, e logo de inicio, liguei a tomada e o botão. Já havia a luz, talvez fosse um dos primeiros dias, não lembro ao certo. Escrevi então algumas palavras, e vi que isso era bom; apartei então os verbos dos substantivos, e houve adjetivos pra separar os tempos.
Chamei de poema as primeiras linhas que compus, clamando o destino e a melancolia. Nacredito! Exclamei! Eis o primeiro texto! Olhando para o céu, não buscando o “nirvana”, mas fora o sol quem iluminara as trevas, de escritos em sânscrito: o segundo texto.
Juntei, debaixo do céu, em várias narrativas, sentimentos muitos, produziram sementes e frutos que cobriram a erva daninha, e logo vi que era bom. Houve espaço e reticências, após o terceiro texto.
Passaram noites e dias, dos dias, aos meses e ano, estações em luz e estrelas, e o sol e a lua, separados pela noite e pelo dia, assim como hífen em palavras compostas, dois “ésses” separados atônitos pelo fim da folha. E mesmo assim, tudo era bom.
Tive ainda paráfrases em Shakespeare, num outro texto, as idiotices do amor, bem como suas influências planetárias e todos os males desde Verona e a lamina da espada.
Povoei de vida os pensamentos, de grandes sonhos escritos em prosa medieval, citando o esperanto como língua universal, entendida por todos os povos, mera utopia de outrora. E tudo isso ainda me era bom.
De certo só mesmo que Deus nos abençoou, como aos animais, restando a nós as palavras da boca, e o som aos irracionais, para em nossas odes dissertarmos, não mais em latim arcaico, nem mesmo em singular texto, frases feitas, o ópio do trivial.
Tive ainda amores e ódio, em meio às virgulas da oração, explicação desnecessária em frases claras à nossa espécie, e tendo a mulher à semelhança Dele, justamente pra submeter os homens aos caprichos seus. E nacredito, assim ela o fez...
Houve verão e inverno, tese e antítese, risos e lágrimas, montando em crônicas e poesias; formei assim meu exército, aquartelamento de letras e sinais, que juntos tomaram vida, nalgumas vezes a minha.
E num texto qualquer, não creio que fosse o sétimo, rebelaram-se as palavras, para que não findasse a obra, posto que por mais que escrevesse sozinho, elas amontoavam no jardim, com um rio cortando-o em 4 partes: dois átrios, dois ventrículos.
No Éden, de flora literária cíclica, acabamos por comer da arvore do conhecimento, pra ter em prosa nossos poemas vis, depois de enganados, ora pela mulher, desde sempre pela serpente.
E, ao fim, sabedoro do bem e do mal, escrevo letras estas, em páginas em branco, em nosso inferno de cada dia... e toda noite”
Aguardando o dia... maranatha!
Desejo, ademais, que os seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e que este encontre uma esposa maravilhosa! Se non é vero...
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
NA PAQUERA
- É.
- Não vi nenhuma garota com você até agora, ta sozinho?
- Pois é.
- E esse copo, é cerveja que você ta tomando?
- É.
- Legal o som desta banda não?
- Pois é.
- Então, você não é muito de falar né?
- É.
- Mesmo assim acho que seria legal a gente se conhecer.
(e aquela mão que não deixava os cabelos em paz!)
- Pois é.
- Até o cheiro daqui é bom não?
- É.
- Pena você não ter um amigo pra apresentar pra minha amiga ali...
- Pois é.
- Posso chamar ela pra sentar aqui com a gente...?
- Chama vai. Garçom, outro chope!
Nossa, essa foi pra matar, a ressaca do outro dia foi moral. Devia logo ter respondido às perguntas dela com o que me viesse à mente, assim me livraria daquelas duas sádicas. Podia ter sido mais feliz, enfim, devia ter respondido assim:
- Não, sou nômade, vivo trocando os lugares que freqüento, assim conheço gente como você.
- Nossa, legal, nunca conheci um nômade! Que é mesmo isso?
- Nacredito!
- Ah deixa pra lá. Não vi nenhuma garota com você até agora, ta sozinho?
- Puts, ainda bem que você percebeu, ninguém tinha notado isso ainda.
- Eu pego as coisas rápido. E esse copo, é cerveja que você ta tomando?
- Imagino que pegue querida. Não é cerveja, é chope, ta vendo alguma garrafa do meu lado?
- Hum, prefiro martine. Legal o som desta banda não?
- Não é uma banda, e uma dupla. Sax e violão. Dueto.
- Verdade né, nunca lembro o nome daquele negócio que a gente põe na boca! Então, você não é muito de falar né?
- Falo o necessário, e com quem valha a pena.
- Mesmo assim acho que seria legal a gente se conhecer.
(que vontade de amarrar aquela mão que não deixava os cabelos em paz!)
- Depende muito da sua expectativa do dia seguinte.
- O que quer dizer com isso? Até o cheiro daqui é bom não?
- Cheiro de glicerina, gelo seco!
- Hum. Pena você não ter um amigo pra apresentar pra minha amiga ali...
- Nacredito, agora vocês vem aos pares?
- Posso chamar ela pra sentar aqui com a gente...?
- Falar não vai mudar alguma coisa, vai? Chama vai. Garçon, Campari duplo!terça-feira, fevereiro 14, 2012
CARNAVAL 2012 NOS TEMPOS DO FINAL DO MUNDO E PIMENTA NO FACEBOOK ALHEIO É PRA COMPARTILHAR
Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o trio elétrico na ladeira do pelô, mas fiz questão de sair furar o cordão da “pipoca”.
“Carnaval, carnaval... eu fico triste, quando chega o carnaval”, como diria Luiz Melodia, mas na verdade mesmo, acho que apenas ele (e uma pequena leva de pessoas) fica realmente triste na época da folia de Momo, enquanto a grande maioria da população brasileira, assim como o índio, quer apito, e “se não der o pau vai é comer”.
Gosto desta também: “quanto riso, oh, quanta alegria... mas de mil palhaços no salão (sic, e mais de um bilhão por todo o Brasil, - grifo nosso!), Arlequim está chorando pelo amor da Colômbina, no meio da multidão...”
Eu sei que tem gente que curte ir acampar, fazer retiros espirituais, uns aproveitam pra viajar, rever parentes e tudo o mais, mais eu gosto mesmo é do tal do burburinho: “Alá lá ô, ôôô ôôô...”
Verdade seja dita, mas pouca gente sabe que o carnaval tem origem justamente na tradição das festas regidas pelo ano lunar do Cristianismo, com origem na Idade Média. Trocando em miúdos, e para que todos entendam, era uma festa de “adeus à carne”, ou, do latim “carne vale”, daí o termo atual Carnaval. Várias populações comemoravam a festa de seu jeito, e de acordo com seus costumes, mas pode-se afirmar que toda esta estória de colocar fantasia e dos desfiles surgiu na França, na sociedade vitoriana do século 19, e daí exportada para todo mundo, e assim como o futebol, quando veio pro Brasil é que virou clamor popular. E como tudo no Brasil ou acaba em pizza, ou samba, com o carnaval não poderia ser diferente, então “chóoora cavaco!”.
Teve ainda toda uma época de romantismo, dos bailes de máscara e do minuet, na época do Renascimento, e hoje, quem diria, carnaval tem até “dança do créu”, “Tchê tcherere tchê tchê”, e outrora teve ainda “dança da garrafa”, “dança da cordinha” e tantos outros lixos alegóricos, como, p.e., a “Lacraia” de madrinha de bateria de escola de samba, e aí eu sou obrigado a um sonoro “nacredito!”.
Hum, que tal um aparte? Abre aspas: “o termo escola de samba, na minha singela opinião (e como diria o Kajuru: fique sempre com a sua!), convenhamos, parece muita pretensão de quem o usa.
Ainda, quanto a sua origem, consta que com a criação da Semana Santa, no século XI, exigia-se que nos 40 dias que a antecedessem fossem destinados ao jejum dos fiéis, o que acabou por incentivar a reunião daqueles que queriam “tirar a barriga da miséria” antes de se entregarem às obrigações da quaresma, ou seja, o povo fez é festa, só pra variar.
Alguém pode estar aí se perguntando: “mais, afinal das contas, como é que se faz pra saber qual a data em que o carnaval vai ocorrer em cada ano?”. A resposta pra isso não é lá muito simples, parece ate problema de matemática (nacredito!), ou como diria um amigo meu, é necessário um curso rápido de astrologia. Tem que se levar em consideração a ocorrência do equinócio da primavera no hemisfério norte (ou, conseqüentemente, do equinócio de outono no hemisfério sul), e uma conjugação de datas a se computar e depois a se subtrair. É mais ou menos assim: o domingo de Páscoa é certo afirmar que cai sempre no primeiro domingo, após a primeira lua cheia, à partir do equinócio (primavera ou outono, dependendo onde se está), ou seja, da entrada da estação; consequentemente, a sexta-feira da Paixão é a imediatamente anterior ao domingo de Páscoa, enquanto a quarta-feira de Cinzas (que tem esse nome devido às cinzas formadas pelos ramos que são queimados no ano anterior pra benzimento dos fiéis) é aquela situada exatamente 47 dias antes do dia do coelhinho de Páscoa, e toda aquela história do coelho que entrega ovos, que simboliza vida, ressurreição e tudo o mais. Entenderam? Espero que sim!
E tem ainda um nome bonito que eu achei na net, que confesso que nunca tinha ouvido falar, para designar o carnaval, espécie de sinônimo, o tal do “Entrudo”, como assim diziam os portugas do século 16. Termo este de advém ainda do uso dos Grandes bonecos (assim como o “bonecão” de Olinda) usados nas aldeias, que chamavam-se entrudos.
Certo mesmo é que hoje o Carnaval de Salvador está no livro dos recordes, assim como o do Rio de Janeiro é a maior festa popular do mundo, e dos paulistas só serve mesmo pra mostrar que paulista sabe sim sambar, mas bom mesmo eu sempre achei a folia no salão do Umuarama (espero que nunca acabe), na querida e insólita Bariri, onde até um certo amigo de “Fausto” usa protetor fator solar 50, se non é vero!?
E, enquanto o bloco não passa, e desfila a tal da “globeleza”, restam aqui meus reiterados desejos e votos de que pequenos foliões, assim como o meu, tenham o pai rico, e este, encontre uma esposa maravilhosa, embora cheios de confete e serpentina, cerveja na mão e dedo indicador em riste, sim senhor!