quinta-feira, abril 19, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 5

Mea culpa! Mais eu juro que só bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu pegava uma latinha no açougue!

Rememoremos nossa boa e velha filosofia de buteco, assaz profunda quanto um pirex de leite pra gato recém nascido.

Dos benefícios trazidos pelo convívio freqüente em mesa de bar (sim eles existem): por mais que se fale de passado ou futuro, o tempo ideal do bar é o agora! A espera por mais uma rodada de “chopim geladim”, como diria o mineiro, nunca é em vão ou desnecessária, pois quando o copo vêm a mesa todos encontram-se de prontidão e demonstram todo acolhimento que lhes é salutar.

O bar funciona melhor que consultório de psicanálise, pois é o (talvez único) lugar onde política, futebol, religião, sexo formam uma temática com assuntos conexos uns aos outros, dando ainda uma áurea toda mística e consuetudinária. Quer ver um assunto de grande relevância? Assuntamos dia destes de onde surgira a fila? É uma forma tremendamente organizada das pessoas aguardarem sua vez, e ninguém sabe bulhufas de onde surgira. Não tem lei que institua uma boa fila! Pronto, falamos de política, o sexo aparece quando ficamos a espreitar alguma rapariga de belos dotes... e se pensar em casamento então, nacredito, taí aparecendo a tal da religião (tanto o evento na igreja quanto o tal do “religare”).

Voltando ao assunto tema de hoje, “dos benefícios e coisa e tal”, a mística é tamanha que pode se desfazer os comentários de qualquer assunto assim num estalar de dedos e pedir pro garçom outra rodada. No day after ninguém mais sequer se lembra se isso fora dito ou apenas povoara nossos pensamentos, ou seja, pode ser mais um destes contos de deusas gregas, fadas e tudo mais.

Serve ainda pra lembrar aqueles assuntos proibidos no trabalho, a risada dada na hora errada, o dedão no nariz, os absurdos daquele juiz ladrão filho de uma... Os advogados criam grandes peças que entraram pros anais do direito de família, os engenheiros expõem as maquetes de suas super construções dignas do NatGeo, os dentistas nos põem boquiabertos dos avanços para clareamento dos sorrisos das incautas, os marqueteiros fazem merchan pra vender mais um cardume do seu peixe, e por aí vai.

A bebida que se sorve aos quatro cantos e balcão sepulcral é elemento deveras importante, pois é ela quem dita as regras do jogo e nunca resta claro a tênue linha entre o “tenho certeza” e o “ouvi dizer”. Falo horrores do meu time, o Zé compra mais uma fazenda, o Garganta pegou outra quarentona chiquetérrima, quem fuma maconha é contra a liberação, o Jão conta de novo que trocou de carro...

Sem essa de achar que estamos floreando demais o pavão, que conversa de bar não é nada disso e “pirirí e pororó”! É no bar que exacerbamos nossos sentimentos e nosso verdadeiro eu. Sim, lá nos erramos muitas vezes, mais como é muito chato estar certo o tempo todo, errar de propósito de vez em quando é tudo de bom pra dar mais emoção à vida, e levar uns sustos pra ter certeza que não morreremos tão fácil do coração.

E quem nunca teve uma grande idéia, destas de mudar a sua vida, em mesa de bar? Se você não registrar logo vai esquecer: pega logo num guardanapo de papel, escreve com “aquela” letra, e enfia no bolso: ou o suor vai derreter ou você no dia seguinte nem lembra dele, ou pior, não vai entender nada do que escreveu. Toca voltar todo mundo de novo pro bar pra tentar parir mais uma destas idéias típicas do Pink e do Cérebro, do Cérebro e do Pink!

Mais antes de levantar da cadeira, tomados por um destes pensamentos megalomaníacos de dominar o mundo e coisa e tal, apenas mentalizem o mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Prost!

terça-feira, abril 10, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 4

Mea culpa! Bebi (outra vez) somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu (acho!) que atacava mesmo numa “padoca”!

Cá estamos, outra vez, assuntando sobre filosofia de buteco, de profundidade análoga à bandeja do garçom! E por falar em garçom... “garçom, traz mais uma rodada...!”

Conversa profunda: nós homens nunca poderemos desfrutar de um legítimo banheiro feminino... se non é vero, vamos aos argumentos: primeiro porque nossas conversas em mesa de bar sempre orbitam em torno de nós mesmos, enquanto para as mulheres, ainda importa muito a vida de bem mais gente que elas conseguem lembrar o nome. Segundo, porque vocês aí até conseguem sentar num bar e tomar umas “par delas” sozinho, enquanto pra elas é praticamente impossível ir ao banheiro sem outra comparsa.

Ademais, ir ao banheiro com outras mulheres merece nenhum pretexto pra elas, enquanto pra nós, machos-alfa é “bis in idem” quando celebramos absolutamente nada em mesa qualquer e chopp certeiro.

Me arrisco a afirmar que as maiores invenções ou conclusões da humanidade deram-se em mesa de bar, ladeada por homens discutindo arquétipos e parafraseando metáforas sobre nosso comportamento e sentimentos outros. De outra sorte, a gente nunca sabe ao certo o que se passa no banheiro feminino, esse é um universo à parte. Mistérios.

Na mesa é fácil a descrição dos nossos sentimentos: nossa sintonia só é perfeita graças à alquimia em nível sanguíneo; o ar torna-se rarefeito, assim, a boca fica seca, a bexiga pede penico, o fígado socorro, a língua enrola as palavras, os olhos anuviam, o estômago é acometido pelo inverno súbito e o nível intelectual altera vez ou outra nossa percepção. Agora, digam-me, quais as transformações ocorrem com o bicho-fêmea dentro de um banheiro? Há uma teoria sem um defensor oficial, e sem base cientifica nenhuma, de que lá dentro elas mostram realmente quem são e pra que vieram...

Enquanto nós falamos através de simbolismos e paráfrases, inventamos parábolas, elas são diretas, dão nomes aos bois (e principalmente às vacas, se é que vocês me entendem!), colocam os pingos nos “is” e fazem com que qualquer entrevero fique muito bem explicadinho.

E aí cortou a prosa, passou uma dessas deusas perdidas na Terra e todo mundo ficou “estátua”, pra não ser muito prolixo, mas já o sendo, ela era “a perfeição entre os derradeiros fios da nuca e o “Nevermore” do Edegar Allan Poe (se não sabe o que é “põe no Google”). Até o chopp amornou.

Mais voltando ao assunto, nós homens em mesa de bar, depois de 4 chopps somos acometidos da alma melancólica, o coração fica sentimental demais da conta, enquanto a mulherada cria mental e emocionalmente uma ligação entre “isso e aquilo lá” (pega pilha) e vai pro banheiro fazer sei lá o quê. Há quem diga que somente no banheiro é que as mulheres são felizes, se non é vero...

E segundo o renomado instituto de pesquisas datachopp, a popularidade da presidenta Dilma (77 purça!) revela que ela só perde neste quesito pra Michel Teló. Com certeza os outros 23% estavam reunidos em nossa mesa, hehe. Mais aí soltaram essa: “não se esqueçam que esse é o ano do Dragão... deve ser isso então”!

E pra acabar o papo e ir embora sem ficar muito “alegre” lembramos da nova lei seca, onde vão usar imagens e depoimentos que comprovarão o estado de embrigaguez, não apenas o bafômetro, e ficou claro que não basta o motorista não ter bebido, tem que ter cara de estar sóbrio, e aí é que eu quero ver.

E antes que eu me esqueça, afora o Barcelona, o que mais anda dando certo na Europa?

Vamos nessa então e “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!

segunda-feira, abril 02, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 3

Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu (acho!) que procurava uma conveniência ou algo parecido!

Ahh! Essas nossas despretensiosas linhas e letras sobre filosofia de buteco, sempre tão profunda quanto um sousplat de porcelana Schmidt (“très chic”, não acham?), quiçá um bowl.

Nem bem chegara a primeira rodada do sacrosanto chopp suado e um destes amigos adeptos das pesquisas e estudos sobre o comportamento do bicho-fêmea nos informara que a média destas sofre 26 anos com os seus cabelos. Aí foi praticamente uníssono: “nacredito!” Claro que em segundo lugar ficaram os sapatos e a escolha da roupa pra ir até a padaria comprar um maço de cigarros (imaginem pra sair e “causar” então!?). Aproveitamos e lembramos que “é osso” não reparar numa cortadinha das pontas ou num clareamento de um tom no loiro-claro-do-piauí que aquele/a super cabeleireira/o fez e ela pagou os olhos da cara. Afh, imaginem a cena!

E falando de mulheres à beira de um ataque de nervos, um amigo recém casado nos alertara que a sua secretária do lar, que até o advento do evento matrimônio era uma seda, agora já está em pé de guerra com a dona patroa, parece até jeans com carrapicho grudado! Conclusão, nunca dá certo duas mulheres em casa, pois se você defender uma leva bronca da outra... “e agora José...? E pra esse nosso amigo não vale a “máxima dos machos-jurubebas” (“sua licença Xico Sá!) de que casar é trocar a admiração de várias mulheres, pela crítica de uma só, aqui no caso são duas!

Ainda sobre esse lance de “relação à dois”, ouvimos numa mesa ao lado, regada de rosas e outras flores da estação, essa pérola digna de compartilhamento: “Sabe esse tal de amor próprio, então, tô ficando com ele, e nossa relação anda uótimaaaa!” O nosso filosofia de buteco tem dia que parece mais guerra dos sexos que qualquer outra coisa, se non é vero!? E nessa tal de guerra nunca haverá um vencedor, haja vista que, vira-e-mexe (literalmente), há confraternização entre os contendores: “na minha ou na sua hoje?”

Nestes dias atrás teve o derby paulista Curíntia e Parmera, e morte e tudo mais que não havia nos tempos em que eu era criança. E aí lembramos quê em Sampa do “tio” Kassab já não pode-se mais fumar em local fechado e proibiu-se o trottoir, agora anda em risco a boemia e, com o andar da carruagem, logo nem vai mais ter futiba no Pacaembu ou outro templo de outrora. Toma tento minha gente, se o fanatismo pelo futebol (ops, leia-se guerras entre torcidas) é sua vida, ela não passa de uma pelada, quiçá mera partida amadora, nunca chegando aos pés de um legítimo “Desafio ao Galo”.

Concluímos, por fim, que o “país do futebol” é um país de definição inerente à geometria: temos problemas angulares (as torcidas organizadas), discutidos em mesas redondas, por um bando de bestas quadradas (sejam os programas televisivos, sejam os governantes e autoridades).

E eis que, devido ao adiantado da hora achamos por bem nos retirar daquele aprazível estabelecimento, mais, só pra contrariar, sempre tem um solteiro que restou por ficar com o singelo argumento de que não poderia ir embora pois “um solteiro não se rende tão cedo”.

E falando em solteiro, outro destes orgulhosos machos-alfa nesta condição lembrou que hoje somos tão monitorados que neste mês gastou tanto no cartão de crédito com chocolate, flores, restaurante, vinhos e jóias que recebeu uma mensagem, pelo celular, da operadora de cartão perguntando: “já comeu ou tá difícil”, hehehe!

Ainda antes de pagar a conta entoamos o manta sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!

quarta-feira, março 28, 2012

CURRICULUM VITAE*

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”.

Quando vamos atrás de um emprego é ordinário, em todos os sentidos da palavra, a apresentação do dito “Curriculum Vitae”, que torna explicito alguns dados daquele que busca a colocação profissional, tais como formação, experiência e coisa e tal. O currículo que analisaremos à seguir poderia tanto ser o meu como seu.

Nascido com o nome que papai e mamãe me deram, residente em casa bem legal: três quartos, uma suíte, living com sala, cozinha e sala de jantar, ah, ia me esquecendo do lavabo e do barzinho no canto direito. Quintal pro cocker ou labrador correr; piscina, ou não (tanto faz, afinal nem gosto tanto assim de sol); churrasqueira e forno de lenhas, e por quê não? Flores, somente pra dizer que não falei das flores..., ops, essa não é bem a casa onde nasci, mas espero ao menos que meu rebento cresça numa destas aí.

Fones são sim todos aqueles: celular somente enquanto tiver bateria; comercial é o do emprego atual, isso até encontrar outro que pague mais. E-mail também tem, mas vive cheio de spam: não agüento mais “correntes” e receitas disso e daquilo. Vez ou outra vem uma mensagem interessante. Faceboock? Tenho tambem, é só curtir aí!

Nacredito, mas o objetivo é sim buscar recolocação profissional, de acordo com meus anseios e necessidades, sendo essas de realização tanto profissional quanto financeira, e blá-blá-blá blá-blá-blá, no melhor estilo tudo-ao-mesmo-tempo-agora, pois aquela coisa de preencher vaga sobrante é pouco original.

Experiência profissional? Se tenho! Já trabalhei com muito papel... rabisquei na infância, depois reciclei, já arquivei, também até já assinei, mas antes fiz quase de tudo, até casa na arvore e de corrida de carrinho de rolimã participei; cortei a “tampa do dedão” jogando bola na rua, fiquei com a língua roxa de tanto chupar sorvete de uva e amora (“vou contar pro seu pai que você namora!”, hehehe). Experiência também tenho em vendas: vendi pipas e jornal velho no mercado pra juntar “algum” pra pipoca na missa das crianças.

Cursei todas aquelas escolas que todo mundo vai. Fiz lição de casa, mas confesso que muitas vezes copiei daquelas meninas lá da frente, embora elas não confessem que a recíproca fez-se verdadeira noutras vezes. Fiz desde “massinha” com Ki-suco até robozinho em feira de ciências, mas dava trabalho mesmo com a tal da matemática e a tabuada, e escrevia longos poemas e cartas que nunca foram publicados, e, nacredito, nem lidos pelas destinatárias.

Até na faculdade fui também, e apensar das festas e afins, o que fiz, nacredito, eu fiz direito. Freqüentei também palestras, simpósios, congressos, e discuti temas polêmicos, não somente em mesa de bar, acompanhado de bons amigos e aperitivos (salve a costela na brasa do “Panela de Barro”).

Tenho Shakespeare em pasta destacada no meu “desktop”, espécie de livros de cabeceira. Li ainda os livros que viraram best-sellers, e tantos outros que duvido que venderam algo, bem como todas aquelas revistas enquanto freqüentava o barbeiro (meu avô dizia que homem ia ao barbeiro, mulher ao cabeleireiro, mal sabe ele que hoje minha esposa é quem faz as vezes do barbeiro).

Meus conhecimentos práticos envolvem, trocadilhos à parte, praticamente de tudo um pouco, apenas ainda não assovio chupando cana, talvez a idade e uma bela dentadura me possibilite tal feito um dia, quando estiver bem velinho, jogando baralho no quiosque da pracinha e lambrando nostálgico dos anos 80 e 90. Enquanto isso não chega, ainda vale um lembrete, fiz tudo que um jovem já fez na vida, e digo mais, fui escoteiro, remei minha própria canoa até agora.

E de mais a mais, ante ao recheio deste currículo tenho gabarito pra pleitear meu lugar ao sol, fator 36 na pele, nada de óculos escuros pra não marcar os olhos, mas com direito à vara e caniço, rede e refresco, milho verde e amendoim torradinho, tudo nos conformes, ante aos meus anseios e necessidades, e toda aquela conversa de realizações e coisa e tal, isso tudo vendo o mulheril passar, aguardando ansiosamente que nossos filhos tenham os pais ricos e as mães maravilhosas!

* Texto escrito nos idos de 2010.

sexta-feira, março 23, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 2

Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu acho que procurava outro!

Continuemos com nossas despretensiosas linhas sobre filosofia de buteco, sempre tão profunda quanto um pires, quiçá um prato raso.

Dia destes ouvi essa assertiva em mesa qualquer: “eu cavo, tu cavas, ele cava... não é bonito, mais é profundo!” Bom, nem preciso maiores comentários acerca dessa frase assaz esclarecedora. Agora vamos ao que realmente é sério.

E já que estávamos a falar de coisas profundas, vamos às vantagens levantadas em pesquisa séria do instituto “datachopp”, de se ter criança pequena e cachorro em casa, e a campeã em preferência foi a possibilidade de escovar os dentes, vez ou outra com a pasta Tandy Uva, e lavar os cabelos com shampoo anti-pulgas, se non é vero!?

Mas já que estamos a falar da seriedade dos assuntos assuntados em mesa de bar, em Minas a tradição butequeira respeita os boêmios, como também fora um tempo assim no Rio de Janeiro, exímios admiradores dos conhecimentos adquiridos nas noites de meu bem, e nos dias de sol nascente. Isso porque lá o povo já apreendera que é lícito e politicamente correto discutir ou filosofar sobre assunto que vinha sendo letrado na mesa ao lado, sem maiores delongas ou boiolagens acadêmicas e epistotélicas.

Eis que vez ou outra tem um engraçadinho que grita: “- Hoje não vou tomar uma não, dizer isso é coisa de viado, vou beber é todas...” e lá se vai por água abaixo toda a seriedade exigida em discussões acaloradas ao redor da tulipa sagrada.

E já que o assunto preferido ou é cerveja ou é mulher (e vez ou outra futebol), nunca necessariamente nesta (obrigatória) ordem, com essa estória de que ta proibida no Brasil a venda de próteses de silicone, a solução é recorrer pra “25 de março” e aproveitar as promo de lá: “leve três peitolas e pague duas”... mais vale três do cambio negro do que nenhuma “original”.

Por falar em futiba, soltaram essa pérola entre uma e outra caldereta: Chalita, candidato à prefeito em Sampa já tem apoio de católicos e evangélicos, resta agora apoio da torcida do Curíntia, hehe, se non é vero!?

Política, adoro política! Ando sentindo falta de uma primeira dama lá pros lados de Brasília, ou será que vocês não concordam comigo, na época do Lula Molusco pelo menos havia alguém pra nos entreter entre um e outro “óbvio lulante”... agora só cai Ministro... que graça tem isso? Nem a oposição tem se valido deste achádego!

Piada contra quem faz piada: o Didi, vulgo Renato Aragão, ganhou dia destes o troféu “Rapadura” no prêmio Risadaria 2012 em alusão a sua carreira, e eis que lhes pergunto: será que ele ainda tem dentes pra degustar a iguaria? Ainda, sabem o que ele perguntou quando ficou sabendo que estava concorrendo ao prêmio? “Cuma?” E não para por aí, quem entregou o prêmio foi nada menos que o macho-alfa-beta-gama Falcão... e aí foi uma briga pra ver quem era o mais bonito, bem como pra ver quem ficava com a rapadura nossa de todo dia.

Me lembrei do Didi porque naquela época as piadas eram justamente sobre as minorias e coisa e tal (negros, nordestinos, carecas, gays), e acabamos concluir em mesa de bar que hoje não se pode nem contar piada de portuga que o dona da padaria já vai lá e faz B.O. por discrininação, que dizer então dos outros “bichinhos” e outros personagens que povoam nossas anedotas? Nacredito! Por fim, achamos por bem lembrar que fazer uma simples piada ou brincadeira jocosa nunca deve agredir qualquer classe social. Piadas com respeito, pelamordedeus!

Veio outra rodada, e entoamos nosso mantra sagrado: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde!

sexta-feira, março 02, 2012

FILOSOFIA DE BUTECO # 1

Mea culpa! Bebi somente por que o bar estava aberto! Porque se estivesse fechado eu ... bem, eu..., eu acho que ia pra padaria!

Vamos aqui a umas linhas sobre filosofia de buteco (sim ela existe), e é quase sempre tão profunda quanto um prato raso. São histórias que nos dizem muito sobre a condição humana e esta relacionada intrinsecamente ao comportamento masculino. Apenas as conclusões ainda não são lá muito satisfatórias ou resolutivas, se non é vero!?

Primeiramente é de grande valia descrever o ambiente em que nossos devaneios brotam de nossas cabeças pensantes e copo com dois dedos de colarinho: o bar, o boteco ou botequim. Logo te pergunto, existe diferença entre essas terminologias? Of course meus caros companheiros de copo americano. Bar é estabelecimento onde se bebe (ah vá!), geralmente, em pé ou em bancos junto ao balcão e trocando meias verdades com o “vendero”, enquanto Boteco é derivação diminutiva da palavra Botequim, que por sua vez deriva de Bothega, antiga lojinha que vendia de tudo e por isso, enquanto se fazia uma compra, se entornava uns goles e mastigava um tremoço pra salgar a boca e alegrar os 32 dentes, ou quantos quer que sejam no seu caso.

Feita a explicação do vocábulo bar e suas terminologias, o “fundo de cena” destes locais é sempre o mesmo, ou seja, garrafa, copos, bolachas de chopp, “menduim torradim”, homens e mulheres sedentos de bebidas e algo mais, e, como não estamos no campo pra dizer que é o ambiente é bucólico, me arriscaria a dizer que é um tanto quanto “butecólico”. Sei que poderia ter tido outra sorte quanto a essa terminologia, mais não pude perder a semelhança entre as palavras.

A regra número um dos seguidores da seita do boteco perdido é a elegância. Explico: não me venham com essa conversa de que vamos encher a cara de cerva num boteco de esquina qualquer. Isso é degradante à boemia, bem como pode ter interpretações um tanto quanto discriminatórias. Sejamos elegantes, ou seja, o termo correto a ser usado é que “vamos, e ali permaneceremos enquanto nos apetecer, a uma degustação de bebidas em estabelecimento, deveras aprazível, confortavelmente localizado em cruzando de singela rua com vistosa avenida”. Pronto, ficou chique não? Duvido que num primeiro momento alguém vá lhe criticar. E, ademais, isso é uma prova de que elegância, nalgumas vezes é apenas uma questão de semântica.

Mais, sem querer soar muito clichê, mais já o fazendo, o bar e suas companhias é bom mesmo para desanuviar as tensões provocadas pelo estresse acumulado do dia-a-dia “claustrofóbico” (!), e pra um “sem número” de outras finalidades que alguém conseguir enumerar

O boteco, pode-se concluir, enquanto ambiente fraterno, é lugar de rever os amigos e por a conversa em dia, estudar os inimigos, fazer novos (tanto estes, quanto àqueles), ver o mulheril passar cheio de graça, e por que não, vez ou outra se apaixonar por aqueles olhos verdes que faz qualquer chopp esquentar de tanta atenção que merecerem de nossos cansados olhos predadores.

Outro amigo me dizia dia destes (repararam como eu só fico ouvindo, ou que nunca acontece comigo?) que filosofia de boteco não pode ficar escondida debaixo de alguma bolacha de chopp, esperando pra ser redescoberta, visto que a mesma é condição essencial à esclarecer os maiores questionamentos da mente macho-humana, e lógico que estávamos à falar da inquietação do bicho-fêmea e as várias formas de acasalamento, se non é vero!?

Assim já dizia um amigo: “já que incertos todos os dias, certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”. Saúde, e que seus filhos tenham, assim como o meu, o pai rico e este encontre uma esposa maravilhosa!

quinta-feira, março 01, 2012

DEJAVU*

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”...

Como as vezes as coisas acontecem como num surpreendente “Dejavu”. Talvez até quem esteja lendo estas linhas, também sinta pairar no ar tal impressão, afinal são coisas que acontecem em nosso dia-a-dia.

Muitos são os que tentam explicar este fenômeno: encontrar ou conhecer alguém que, lá no fundo, juramos já tê-la visto em algum ordinário lugar, em um passado indefinido. Isso sem se levar em conta àqueles que usam desta artimanha como uma já manjadíssima cantada. Mas ao certo mesmo, na ocorrência destas coincidências, só vislumbro o acontecimento de mais uma das grandes coincidências em nossa vida, pois pra mim, as explicações teológicas, espiritualistas, ou qualquer outra metafísica, são todas questionáveis...

Ilustremos com outros exemplos: já vi filmes na TV, ao qual tinha certeza de te-lo visto anteriormente, e no entanto, mais tarde, acabei por concluir que nunca o vira antes, acho que neste caso o roteiro pode ter sido “mais ou menos” parecido com outro qualquer, afinal de contas, vivo a me perguntar de onde surgem tantas idéias em Hollywood?

Me intriga muito quando alguém te conta algo, que vai se encaixar justamente com alguma coisa que já ouvira anteriormente, pela boca de outra pessoa totalmente estranha a primeira, algo tipo te trazerem as respostas/certezas sobre algo que restavam dúvidas. Caso neste caso, não seja o poder do acaso, pode-se concluir com a ocorrência de uma tremenda criação de caso. Isto é, ou temeremos uma coincidência, ou, nacredito, aí sim teremos uma fofoca.

E nos relacionamentos? Dejavu! É sempre, ou na maioria das vezes, procedimental o comportamento nosso ante a conquista e convívio com os pares. Por mais que façamos diferente o que antes fazíamos, não nos sai da mente comportamentos e os toques à pele da antiga “metade igual”. Ou vai me dizer que já não se pegaram comparando, mesmo que para si próprio, o beijo, ou o queixo desta e daquela, bem como o quanto ficam belas quando implicam conosco? E só pra encerrar este tópico “relacionamentos”, e aquela musica, que vocês nunca escolheram para si, mas quando toca surgem aqueles grandes olhos no pensamento, acompanhado do aroma de seus cabelos. São lembranças, nada mais. Mas, se então, você aí, sentir saudades (nacredito), são outros “quinhentos”, e não me responsabilizo...

É, elas ocorrem. As coincidências do cotidiano, sejam as que ocorrem com você, ou até com alguém que te contou algo (porque alguém sempre tem uma pra contar), inundam o dia-a-dia, e acabamos as vezes por nos questionar: NACREDITO, porque me parece que já vi isso antes? Está vendo, em um mundo tão grande elas acontecem aos milhares, tanto comigo quanto com você, bem como com o seu Manoel da padaria, a gente é que acaba não notando.

Reflita um pouco, você pode até nunca ter se dado conta disso, mas ao terminar esta leitura, verá que ela nada te trouxe de novidade, fora tudo apenas relembrado a você. Não é? Então, Dejavu!

Que tal outro dejavu? É, são os meus reiterados desejos para que nossos filhos, assim como o meu, tenha o pai rico, e este uma esposa maravilhosa.


* Déjà vu ou Déjà vi, ora escrito de forma "aportuguesada" é uma reação psicológica fazendo com que sejam transmitidas ideias de que já esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo; O termo é uma expressão da língua francesa que significa, literalmente, já visto.

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

TÍMIDO EU!? MAGINA!

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mais, reiteradamente me sento na “janelinha”, of course!

“Toda vez que te olho crio um romance....” já cantarolávamos nos anos 90, e desde àquela época muitos de nós olhávamos de soslaio, perguntávamos do tempo e coisa e tal, e a única certeza cartesiana era o grito do (cala a boca) Galvão “Vai que é sua Tafarel”.

Quantos de nós já não nos consideramos um medroso em ocasiões que hoje nem gostamos de lembrar (isso para se dizer o mínimo), e logo aquela vontade íntima de dizer algo, ou falar um simples “oi, tudo bem” vai logo por água abaixo. As vezes nem tem facebook que o baste para se juntar à elite de pessoas super espontâneas, super descoladas e tudo que é super “mais alguma coisa”.

Okey, okey, vamos aos fatos (e contra fatos nem sempre há argumentos), sim, estamos falando da difícil arte da sedução dos pares. Aquela famigerada hora de esquecer papai e mamãe e cruzar a tênue linha que separa as crianças das “gentes grandes”.

Primeiramente cumpre salientar que não existe uma formula mágica ou teoria totalmente comprovada que norteie nossos estudos, mais é vero que todos sempre estão em busca da cantada perfeita. Todo mundo sempre tem uma tática infalível, um olhar arrebatador, mais muita gente tem mesmo é mais estória que ação. Como diria um amigo meu “é muito cococó pra pouco ovo”.

Já perceberam que o quê nos atrapalha é uma espécie de fraqueza? Prestem atenção! (e um minutinho de silêncio em busca da “vaga lembrança”)... estou equivocado!? Resta dizer que fraqueza não deve ser combatida apenas com empolgação e cerveja ou vodka. Em plena era do conhecimento devemos usar um pouco da razão até na hora do assédio.

Diria que existem 3 pontos a serem observados: o sonho/desejo, a estratégia/estudo e principalmente o “estou afim de você, logo, existo”! Do you understand me? Se não vamos por partes, como diria Jack, o estripador: o querer, o sonhar motiva as pessoas à um ideal/objetivo, e aí fica um dica de que quantos mais objetivos, mais difícil a conclusão, non é vero? O lance então é foco! Quanto à estratégia, ou estudo, é simples, caros colegas, basta conhecer a incauta, buscar informações valiosas e processá-las com bom senso e prudência (caldo de galinha também não faz mal a ninguém), afinal todos gostamos quando nossos pares sabem quem somos e a que viemos. E por último, caras pálidas, tem que por a cara à tapa, ou seja, falar o que tem de ser dito, e sinceramente, é a pior das fases, porque nem sempre a sentimos, quiçá a reconhecemos. Em linhas gerais, e sem querer ser grosso, é na hora da cantada que o filho chora e mamãe e papai (ainda bem) não vêem, hehe!

Pra quem espera um fluxograma do “mapa da mina” pode tirar o horse of the rain, porque sou apenas mais um em busca do “Santo Graal” das oportunidades que muitos já deixaram passar e nem se ligaram nisso ainda, talvez nem eu.

Nacredito, mas atentem-se que o mundo não é mais (apenas) dos espertos, é também dos tímidos que visualizam as chances e oportunidades, e não deixam um olhar singelo morrer, nem ignoram um beijo escondido no canto dos lábios daquelas que (muitas vezes) encantam os sonhos de muitos e sonha apenas com aquele lhe crie, não em fábulas, um verdadeiro romance.

“Ta vendo aquela garota lá, toda bela, cheirosa e solteira desde que nos entendemos por machos alfa? Então, ta esperando eu ou você que somos tímidos, ou ainda um dito cara esperto, chegar e dizer naquele ouvidinho todas as coisas que ela gostaria de escutar, e que tanto temos (e tememos) pra falar. Se non é vero...!

Que seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e este encontre uma dessas garotas maravilhosas, com um beijo escondido no canto dos lábios...

terça-feira, fevereiro 28, 2012

ME LEMBRO DELA

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”. Preciso que saibam, todas as vezes que me lembro dela sinto um enorme aperto no coração, mas asseguro-te, não vão me ver chorar por ela. Como as coisas aconteciam tão lindamente, e eu sempre querendo ir alem...

Me lembro, como se fosse ontem, do quanto era feliz, e do quanto não media esforços para tanto, era como se de repente, não me preocupasse com mais nada. Nada de trabalho, estudos, futuro, acho até que esquecera em alguma oportunidade da minha própria família!

O encantamento e a magia notavam-se no brilho do olhar, e tudo acontecia ao meu redor sem que me preocupasse com os problemas que ora vivemos desde aqueles outonos. Acho até que foram os deuses que nos pouparam de tudo isso, prevendo que nem sempre os dias seriam de calmaria, que haveriam tempestades e adversidades outras, e isso hoje é bem mais que noite e dia.

Nacredito, mas me volta à mente, não em raras vezes, quando vejo crianças brincando, do quanto ainda podíamos ser felizes, e do quanto me faz falta a ausência desta ilusão. Gostaria muito de compreender porque ainda sonho tanto com ela. Já não sei se sofro com isso, mas os sonhos ainda habitam o inconsciente nos meus rápidos movimentos involuntários dos olhos.

E os passeios? Foram muitos estes, bem como aquelas conversas onde vislumbrávamos um brilhante futuro, quem sabe até também ladeado por um cão e crianças na santa pax de Dio.

Será então, que ela também não sente saudades minhas? É, porque se fora tão marcante em mim, quem dera não fora indelével a ela? Pois enriqueci em muito suas tardes quentes, iluminei com fartos sorrisos e amor suas noites sublimes, vivemos momentos que, eu sei, não hão de voltar jamais...

Não hão de voltar, e não que eu esteja desejando seu retorno, mas as vezes sinto sua falta! Bem como sei que muitos de vocês também sentem o mesmo, ou ainda, e logo, sentirão. Se non é vero!

É, nacredito, mas eu ainda me lembro muito bem dela. De todos os sorvetes tomados na praça do centro, em frente à Igreja Matriz, num domingo de sol em manhã qualquer. Das várias vezes em que não tínhamos noção do perigo quando das brincadeiras na rua, na chuva ou na fazenda, ou mesmo numa casinha de sapê.

Por fim, sei que minha, não muito longe INFÂNCIA deve guardar mais lembranças que estas meras que coleciono e ora recordo, e assim, sempre relembrando-a, é que volto as vezes às boas recordações do passado, e agradeço e me orgulho por todos amigos que comigo compartilharam singular passagem da vida, e mesmo à aqueles que não fora nos proporcionada naquela época tamanho prazer, sei que tens muita estória a me contar...

Nacredito, percebi que tem mais alguém aí, assim como eu, que em certos momentos ainda sente aquele forte aperto no peito, de saudades de nossa boa e velha INFÂNCIA. Ufa, pensei que fosse apenas comigo.

Só pra não perder o costume, reitero os meus desejos para que seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico, e este logo encontre uma esposa maravilhosa.


segunda-feira, fevereiro 27, 2012

NACREDITO*

(*) NACREDITO!: Composição de palavras por aglutinação; Locução interjetiva superlativa de espanto; sinônimo de “realmente não acredito”, como se fosse exclamada repentinamente por um mineiro.

Dada a explicação semântica da palavra/expressão NACREDITO!, que reiteradamente as pessoas me perguntam donde surgira, assim o foi em certa oportunidade entre roda de amigos, que na época denominávamos Confraria, com suas reuniões religiosamente às quartas-feiras, e todos outros dias, sic, noites profanas, que bem entendíamos, regadas por um pouco de jogo de cartas, alguma cerveja e muita conversa fiada, e servia para que pudéssemos expressar através de um único vocábulo o nosso espanto súbito sobre algo que nos fronteava os olhos, e nalgumas vezes, até franzia o cenho. O “realmente não acredito”, que é substituído singularmente pelo NACREDITO!, talvez soasse prolixo de mais para o momento em questão, e nada melhor do que a naturalidade do povo mineiro para expressar espanto demasiado, tornando ainda mais heterogênea a mistura com sua conseqüência natural, ou seja, a preocupação e/ou estress comum nestes casos.

Durante certa feita a expressão campeou nossos encontros, e muitas outras pessoas apoderaram-se dela, sem que se fosse necessária explicação literal de seu significado semântico, ou prático, bem como trouxe à baila ainda outras expressões do mesmo diapasão, mas isso “são outras cousas”, como diriam os antigos...

De certo mesmo é que, desde outrora, o vocábulo NACREDITO! as vezes parece que me salta aos olhos, como se surgisse por vontade própria em meio as minhas linhas e letras, e mostra-se imprescindível para se possa quantificar a estranheza/espanto cabível então em referida circunstância fatídica. Poderia, ademais, afirmar que o nexo causal entre o fato citado no texto e suas (tentativas de) explicações, de per si justificaria o fim de torná-la tão recorrente, por isso suas reiteradas ocorrências que às vezes me valho em cada crônica.

Na verdade, talvez nem seja tudo isso a correta explicação para a ocorrência deste termo, entretanto achei que soava bem referidas explicações, e ademais, e como eu não perco uma oportunidade pra citar Shakespeare, como diria Ésquilo, in “A Tempestade”, “... quem sabe as segundas intenções da tempestade?” Se non é vero!

Sobre meus textos que ora montem neste blog, ademais, o que segue são crônicas sem grandes pretensões literárias, ora reunidas, sendo que algumas sequer foram publicadas anteriormente, e valem mais pelo meu tempo escrevendo-as do que, talvez, pelo tempo de muitos lendo-as. Embora, espero que sirva de algo à alguém, e aí então, eu já sei quem sou, e pra que venho!

Nacredito, onde estão meus bons modos? A todos meus sinceros desejos de que seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e este encontre uma esposa maravilhosa! É vero...

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

GÊNESE

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”. Não me lembro ao certo à quantas da história notara que sabia escrever! Digo “escrever” no sentido de “produção literária”, se é que assim posso chamar as pequenas linhas que tomam meu tempo em frente ao computador. Quem sabe com um pequeno esforço eu me lembre de algo...

“Frente ao monitor, e nacredito, talvez nada pra fazer, em meio as outras coisas que abundavam em minha mente fértil, e logo de inicio, liguei a tomada e o botão. Já havia a luz, talvez fosse um dos primeiros dias, não lembro ao certo. Escrevi então algumas palavras, e vi que isso era bom; apartei então os verbos dos substantivos, e houve adjetivos pra separar os tempos.

Chamei de poema as primeiras linhas que compus, clamando o destino e a melancolia. Nacredito! Exclamei! Eis o primeiro texto! Olhando para o céu, não buscando o “nirvana”, mas fora o sol quem iluminara as trevas, de escritos em sânscrito: o segundo texto.

Juntei, debaixo do céu, em várias narrativas, sentimentos muitos, produziram sementes e frutos que cobriram a erva daninha, e logo vi que era bom. Houve espaço e reticências, após o terceiro texto.

Passaram noites e dias, dos dias, aos meses e ano, estações em luz e estrelas, e o sol e a lua, separados pela noite e pelo dia, assim como hífen em palavras compostas, dois “ésses” separados atônitos pelo fim da folha. E mesmo assim, tudo era bom.

Tive ainda paráfrases em Shakespeare, num outro texto, as idiotices do amor, bem como suas influências planetárias e todos os males desde Verona e a lamina da espada.

Povoei de vida os pensamentos, de grandes sonhos escritos em prosa medieval, citando o esperanto como língua universal, entendida por todos os povos, mera utopia de outrora. E tudo isso ainda me era bom.

De certo só mesmo que Deus nos abençoou, como aos animais, restando a nós as palavras da boca, e o som aos irracionais, para em nossas odes dissertarmos, não mais em latim arcaico, nem mesmo em singular texto, frases feitas, o ópio do trivial.

Tive ainda amores e ódio, em meio às virgulas da oração, explicação desnecessária em frases claras à nossa espécie, e tendo a mulher à semelhança Dele, justamente pra submeter os homens aos caprichos seus. E nacredito, assim ela o fez...

Houve verão e inverno, tese e antítese, risos e lágrimas, montando em crônicas e poesias; formei assim meu exército, aquartelamento de letras e sinais, que juntos tomaram vida, nalgumas vezes a minha.

E num texto qualquer, não creio que fosse o sétimo, rebelaram-se as palavras, para que não findasse a obra, posto que por mais que escrevesse sozinho, elas amontoavam no jardim, com um rio cortando-o em 4 partes: dois átrios, dois ventrículos.

No Éden, de flora literária cíclica, acabamos por comer da arvore do conhecimento, pra ter em prosa nossos poemas vis, depois de enganados, ora pela mulher, desde sempre pela serpente.

E, ao fim, sabedoro do bem e do mal, escrevo letras estas, em páginas em branco, em nosso inferno de cada dia... e toda noite”

Aguardando o dia... maranatha!

Desejo, ademais, que os seus filhos, assim como o meu, tenham o pai rico e que este encontre uma esposa maravilhosa! Se non é vero...

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

NA PAQUERA

A garota me olhava ao longe de soslaio. Toda sorriso aos dentes, e já fiquei cabreiro com aquela cabeça balançando e mexendo as madeixas loiras (pelo menos isso!) de um lado pro outro, e vez ou outra era a mão que fazia o mesmo. Ela se aproximou e vi logo de cara que teria problemas naquela noite:

- Olá, você vem sempre aqui?

- É.

- Não vi nenhuma garota com você até agora, ta sozinho?

- Pois é.

- E esse copo, é cerveja que você ta tomando?

- É.

- Legal o som desta banda não?

- Pois é.

- Então, você não é muito de falar né?

- É.

- Mesmo assim acho que seria legal a gente se conhecer.

(e aquela mão que não deixava os cabelos em paz!)

- Pois é.

- Até o cheiro daqui é bom não?

- É.

- Pena você não ter um amigo pra apresentar pra minha amiga ali...

- Pois é.

- Posso chamar ela pra sentar aqui com a gente...?

- Chama vai. Garçom, outro chope!

Nossa, essa foi pra matar, a ressaca do outro dia foi moral. Devia logo ter respondido às perguntas dela com o que me viesse à mente, assim me livraria daquelas duas sádicas. Podia ter sido mais feliz, enfim, devia ter respondido assim:

- Olá, você vem sempre aqui?

- Não, sou nômade, vivo trocando os lugares que freqüento, assim conheço gente como você.

- Nossa, legal, nunca conheci um nômade! Que é mesmo isso?

- Nacredito!

- Ah deixa pra lá. Não vi nenhuma garota com você até agora, ta sozinho?

- Puts, ainda bem que você percebeu, ninguém tinha notado isso ainda.

- Eu pego as coisas rápido. E esse copo, é cerveja que você ta tomando?

- Imagino que pegue querida. Não é cerveja, é chope, ta vendo alguma garrafa do meu lado?

- Hum, prefiro martine. Legal o som desta banda não?

- Não é uma banda, e uma dupla. Sax e violão. Dueto.

- Verdade né, nunca lembro o nome daquele negócio que a gente põe na boca! Então, você não é muito de falar né?

- Falo o necessário, e com quem valha a pena.

- Mesmo assim acho que seria legal a gente se conhecer.

(que vontade de amarrar aquela mão que não deixava os cabelos em paz!)

- Depende muito da sua expectativa do dia seguinte.

- O que quer dizer com isso? Até o cheiro daqui é bom não?

- Cheiro de glicerina, gelo seco!

- Hum. Pena você não ter um amigo pra apresentar pra minha amiga ali...

- Nacredito, agora vocês vem aos pares?

- Posso chamar ela pra sentar aqui com a gente...?

- Falar não vai mudar alguma coisa, vai? Chama vai. Garçon, Campari duplo!

terça-feira, fevereiro 14, 2012

CARNAVAL 2012 NOS TEMPOS DO FINAL DO MUNDO E PIMENTA NO FACEBOOK ALHEIO É PRA COMPARTILHAR

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o trio elétrico na ladeira do pelô, mas fiz questão de sair furar o cordão da “pipoca”.
“Carnaval, carnaval... eu fico triste, quando chega o carnaval”, como diria Luiz Melodia, mas na verdade mesmo, acho que apenas ele (e uma pequena leva de pessoas) fica realmente triste na época da folia de Momo, enquanto a grande maioria da população brasileira, assim como o índio, quer apito, e “se não der o pau vai é comer”.
Gosto desta também: “quanto riso, oh, quanta alegria... mas de mil palhaços no salão (sic, e mais de um bilhão por todo o Brasil, - grifo nosso!), Arlequim está chorando pelo amor da Colômbina, no meio da multidão...”
Eu sei que tem gente que curte ir acampar, fazer retiros espirituais, uns aproveitam pra viajar, rever parentes e tudo o mais, mais eu gosto mesmo é do tal do burburinho: “Alá lá ô, ôôô ôôô...”
Verdade seja dita, mas pouca gente sabe que o carnaval tem origem justamente na tradição das festas regidas pelo ano lunar do Cristianismo, com origem na Idade Média. Trocando em miúdos, e para que todos entendam, era uma festa de “adeus à carne”, ou, do latim “carne vale”, daí o termo atual Carnaval. Várias populações comemoravam a festa de seu jeito, e de acordo com seus costumes, mas pode-se afirmar que toda esta estória de colocar fantasia e dos desfiles surgiu na França, na sociedade vitoriana do século 19, e daí exportada para todo mundo, e assim como o futebol, quando veio pro Brasil é que virou clamor popular. E como tudo no Brasil ou acaba em pizza, ou samba, com o carnaval não poderia ser diferente, então “chóoora cavaco!”.
Teve ainda toda uma época de romantismo, dos bailes de máscara e do minuet, na época do Renascimento, e hoje, quem diria, carnaval tem até “dança do créu”, “Tchê tcherere tchê tchê”, e outrora teve ainda “dança da garrafa”, “dança da cordinha” e tantos outros lixos alegóricos, como, p.e., a “Lacraia” de madrinha de bateria de escola de samba, e aí eu sou obrigado a um sonoro “nacredito!”.
Hum, que tal um aparte? Abre aspas: “o termo escola de samba, na minha singela opinião (e como diria o Kajuru: fique sempre com a sua!), convenhamos, parece muita pretensão de quem o usa.
Ainda, quanto a sua origem, consta que com a criação da Semana Santa, no século XI, exigia-se que nos 40 dias que a antecedessem fossem destinados ao jejum dos fiéis, o que acabou por incentivar a reunião daqueles que queriam “tirar a barriga da miséria” antes de se entregarem às obrigações da quaresma, ou seja, o povo fez é festa, só pra variar.
Alguém pode estar aí se perguntando: “mais, afinal das contas, como é que se faz pra saber qual a data em que o carnaval vai ocorrer em cada ano?”. A resposta pra isso não é lá muito simples, parece ate problema de matemática (nacredito!), ou como diria um amigo meu, é necessário um curso rápido de astrologia. Tem que se levar em consideração a ocorrência do equinócio da primavera no hemisfério norte (ou, conseqüentemente, do equinócio de outono no hemisfério sul), e uma conjugação de datas a se computar e depois a se subtrair. É mais ou menos assim: o domingo de Páscoa é certo afirmar que cai sempre no primeiro domingo, após a primeira lua cheia, à partir do equinócio (primavera ou outono, dependendo onde se está), ou seja, da entrada da estação; consequentemente, a sexta-feira da Paixão é a imediatamente anterior ao domingo de Páscoa, enquanto a quarta-feira de Cinzas (que tem esse nome devido às cinzas formadas pelos ramos que são queimados no ano anterior pra benzimento dos fiéis) é aquela situada exatamente 47 dias antes do dia do coelhinho de Páscoa, e toda aquela história do coelho que entrega ovos, que simboliza vida, ressurreição e tudo o mais. Entenderam? Espero que sim!
E tem ainda um nome bonito que eu achei na net, que confesso que nunca tinha ouvido falar, para designar o carnaval, espécie de sinônimo, o tal do “Entrudo”, como assim diziam os portugas do século 16. Termo este de advém ainda do uso dos Grandes bonecos (assim como o “bonecão” de Olinda) usados nas aldeias, que chamavam-se entrudos.
Certo mesmo é que hoje o Carnaval de Salvador está no livro dos recordes, assim como o do Rio de Janeiro é a maior festa popular do mundo, e dos paulistas só serve mesmo pra mostrar que paulista sabe sim sambar, mas bom mesmo eu sempre achei a folia no salão do Umuarama (espero que nunca acabe), na querida e insólita Bariri, onde até um certo amigo de “Fausto” usa protetor fator solar 50, se non é vero!?
E, enquanto o bloco não passa, e desfila a tal da “globeleza”, restam aqui meus reiterados desejos e votos de que pequenos foliões, assim como o meu, tenham o pai rico, e este, encontre uma esposa maravilhosa, embora cheios de confete e serpentina, cerveja na mão e dedo indicador em riste, sim senhor!

quarta-feira, novembro 16, 2011

O Ó DO BOROGODÓ

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”.

Antes que eu comece a enumerar ou explanar da pertinência da expressão “o ó do borogodó”, vamos tentar, sem ser lá muito prolixo, ou pouco claro, “traduzir” a expressão que, não sei a que cargas d’água venho usando e, vez ou outra, topando na internet.

Logo de cara posso dizer que essa expressão é mais uma daquelas que pode significar muito, usando pouco mais que meia dúzia de consoantes (na verdade apenas 5) e outra dúzia (e aqui, na verdade 7) vogais “O”, e apenas dois míseros acentos agudos. Pronto, já falei da parte gramatical da coisa, vamos agora aos fatos e significados, semânticos e literais, se é que os existem.

Se o dicionário era dito antigamente como o “pais dos burros”, fui procurar na “mãe dos burros”, ou seja, na internet sobre isso, e percebi que existem sites e bares em sampa, e até uma grife de roupas, usando a expressão, até uma piada, aquela dos caras presos pelos índios, que devem escolher entre “morte e borogodó”, mas isso são outras coisas. O que ora nos interessa é o significado do “ó do borogodó”.

Para os mais “letrados”, tem até escritor “Em busca do borogodó perdido” (Joaquim F. dos Santos, ) em plena cidade maravilhosa. Se o cara ainda não achou por lá, que dizer destas bandas?

Então, como diria o esquartejador, “vamos por partes”: a vogal “O”, pertinentemente acentuada, soando “Ó”, me parece indicar direção ou lugar, ou ainda, em uma segunda análise, qualidade de algo que deve soar como “coisa vaga”, até porque o “O” tem forma redonda com um furo no meio. Ou o “Ó” é espécie de abreviação de “olha esse lugar”, “ou isso”, ou ainda, de melhor sorte, é designação daquilo que na matemática conhecemos como o grupo vazio (Ø).

Esclarecido o significado do “Ó”, vamos agora ao famigerado “borogodó”. Para muitos, “borogodó” pode simplesmente significar “borogodó”, assim como pro mineiro “trem” é “trem”, e não um veículo férreo, como para outros desavisados parece ser. Afinal “trem é trem”, assim como “uai é uai”, uai sô!

Vendo que a internet fora apenas exemplificativa quanto à palavra “borogodó”, fui lá e procurei no dicionário e achei uma palavra semelhante, ou variação, sei lá. Achei o vocábulo “borocotó”, sendo um substantivo masculino, que indica terreno escabroso, cheio de altos e baixos. O tal do “ó do borogodó” também pode ser algo cheio de altos e baixos, escabroso, cheio de obstáculos. É, deve ser isso então, “borogodó” pode ser uma dissidência de “borocotó”.

Falando em termos populares, lembrei daquele filme nacional, o tal do “Ó pá i ó”, mas deixa isso pra lá, apesar do filme passar-se lá no “ó do borogodó” da Bahia, estamos a falar de outra coisa. Nacredito, olhaí, já apareceu um bom exemplo de quando se usar a tal da expressão malograda: designação de lugar longínquo ou desconhecido. É isso aí, “o ó do borogodó” pode muito bem ser usado para se designar lugar que é desconhecido por nós, ou ainda, um lugar muito longe da onde ora nos reportamos, o que alguns identificam com o tal do lugar onde “o Judas perdeu as botas”. Afinal, onde o “Judas perdeu as botas”? Of course, no “ó do borogodó”, e estamos explicados.

Mas o termo “ó do borogodó” poder ser usado ainda para identificar uma coisa sem cabimento, tipo “as atuais lambanças do governo federal são o ó do borogodó”, ou ainda, e no mesmo sentido literal, a situação do Brasil anda a caminho do “ó do borogodó”, e aí tanto faz se falar em indicação de distância, ou seja, ao caminho que as coisas rumam, ou à situação de caos instalada deste outros “Fernandos” e agora agravada. De contrario senso, “o ó do borogodó” pode ainda indicar algo mais prazeroso, tipo: “aquela feijoada estava do ó do borogodó”, e aí damos o devido valor às miudezas do porco regadas a boa porções de feijão preto, couve e caipirinha, indo por terra toda aquela estória do grupo vazio e da coisa vaga.

Nacredito, mas, analisando mais atentamente a expressão “o ó do borogodó” me veio um estalo. Será que a expressão na verdade quer apenas fazer destaque à última vogal da palavra borogodó? Raciocinem comigo: “o ó do borogodó” é na verdade nada mais uma tentativa de se dar destaque à ultima vogal, ou se preferirem, o último caractere da palavra borogodó. Logo, o tal do “ó do borogodó” quer indicar o final da palavra, o último “O”, do borogodó, embora acentuado. Mais precisamente, e analogicamente falando, quer indicar o final de algo, como também nos deparamos quando usamos a expressão “o fim da picada”, que na verdade parece indicar o que acontece no final da picada, ou seja, ou a dor ou a morte. Será que “o ó do borogodó” é sinônimo de “o fim da picada”? Será isso?

É, pode até ser, ou pode ser ainda uma referencia de algo supremo, que fica no final, e acima de tudo, e aí cai por terra a tal da teoria da morte. Isso, fica bem melhor achar que pode ser um estado superior, o tal do “ó do borogodó” pode ser algo como o supra-sumo de alguma coisa, que pode tanto ser usado para se elogiar algo, ou ainda para se fazer pouco caso. Ah, então ta!

E não concluindo, se bom ou ruim seu significado, o certo apenas é a satisfação de se usar esta exmpressão vez ou outr

- Isso ou aquilo são o “ó do borogodó”! E tenho dito!

segunda-feira, novembro 14, 2011

MINUTOS COM O SAPO DÓRIA
(conselhos de um sapo filósofo)
(Once upon the time...)
Havia um grande sapo que vivia na lagoa. Vivia a filosofar na lagoa dia após dia, tarde após tarde, mosca após mosca, tendo apenas os outros bichos da floresta para interagir com seus conselhos e descobertas após anos de sol e lua e companhia certa de uma Vitória-Régia qualquer.

Entre um e outro ataque de sua língua gosmenta a este ou aquele inseto, ficava a devanear sobre as dúvidas essenciais inerentes à humanidade, e vez ou outra questionava o que fazia ele naquele corpo de anuro a coaxar, se era dotado de intelecto, mas quase sempre acabara por concluir que a mesma dúvida talvez incidisse sobre os seres humanos, ou seja, o que faziam os homens e mulheres em corpos humanos se eram verdadeiros animais primitivos? E logo confortava-se em estar naquele lugar, mesmo com suas dúvidas cartesianas em meio às taboas do brejo.

É claro, muitos animais tinham por ele respeito tamanho, e era comum vê-lo a dar conselhos como se em verdadeira terapia, com seus ensinamentos freudianos e dorianos.

Segundo sua linha própria de raciocínio, gostava de comparar os animais e seus acontecimentos com acontecimentos típicos de seres humanos, mostrando onde estes viviam a errar nos atos mais corriqueiros do dia-a-dia, e desta feita tecia verdadeiro tratado de como os animais deviam conviver entre si, para nunca chegarem ao ponto “evolutivo” que a raça humana havia chegado.

Em tempo, suas teorias sobre evolução eram apocalípticas, ou seja, mostravam que a evolução das espécies, principalmente a humana, tinham como ponto final sempre o extermínio da mesma, e ilustrava com exemplos e sinais todos esses ensinamentos.

Tinha um senso de convencimento como poucos, diria até shakesperiano, sendo persuasivo até aos animais de instintos mais apurados. Diziam, à miúde, na floresta, que “não havia problema que o Sapo Dória não resolvesse, e que haviam conselhos outros que as vezes não deviam ser de todo seguidos”. Conjecturavam ainda sobre um possível entorpecimento do sapiente Sapo Dória, que é como ela gostava de ser chamado, através de uma certa plantinha que ele costumava valer-se sempre aos finais de tarde, acompanhado de uma grande e vistosa varejeira verde, mais isso ninguém nunca provara, e, trocadilhos à parte, quem dizia isso também sequer houvera provado do gosto e torpeza destes ingredientes.

Havia um grande sapo que vivia na lagoa. Vivia a filosofar na lagoa tarde após tarde, noite após noite, mosca após mosca, e isso é tudo que se sabe sobre este oráculo da floresta, que levava a graça de Sapo Dória, e o que mais se falar sobre ele é tudo especulação, e, ademais, seus conselhos. Até hoje não se sabe ao certo quais informações são uma, quais são os outros.

E, como ele próprio profetizava em “mantra” sagrado: “Todo grande sapo pensador é o estúpido anuro de um outro tolo qualquer”.

quarta-feira, outubro 26, 2011

BOEMIA

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, mas sentei na “janelinha”.

Aprendi, se é que isso se aprende, como se fosse algo à ser ensinado como em sala de aula, a ser boêmio num destes dias da vida, e toda aquela curiosidade que as pessoas tem do “porquê” tomar cerveja mesmo sabendo que ela é amarga e depois a gente não para de ir ao banheiro. Mesmo sendo ainda um tanto quanto jovem, e totalmente despreocupado com as letras, eu já seguia os caminhos dantes trilhados por escritores, músicos e poetas, antecipando a boemia à maquina de escrever (sim, naquela época nem tinha o tal do computador), como se colocasse a carroça na frente dos burros.

Em sendo assim, logo entendi os fundamentos e princípios da boemia, tal qual o maior de todos: conversa em mesa de bar nunca deve ter função, sequer objetivo claro. Ela nunca é totalmente negada, nem absolutamente concordada, afinal todo mundo sempre entende um pouco de tudo nestas horas, e principalmente, tais comentários nunca devem ser definitivos, assim como aquela porçãozinha de mandioca acompanhada da saideira.

Conversa de mesa, segundo o estatuto da boemia, pode versar sobre qualquer assunto, as opiniões podem ser diversas, os times diferentes, mas o que importa mesmo é que possamos exercer sempre essa vocação, e que os assuntos discutidos nunca cheguem a ser resolvidos. Mas a conversa tem que ser da melhor qualidade, senão o chope fica aguado, a fritas murcha, o amendoim salgado demais, e, nacredito, a conta parece mais alta que devia.

Já vi de tudo e mais um pouco nestas noites de boemia. Vi bêbedos (que é totalmente diferente de boêmio) desempregados em pleno dia de semana, muitas vezes até com o sol à pique; apaixonados amarrando as mágoas, e mal conseguindo amarrar o próprio sapato; idealistas e tantos outros sonhadores, escritores, poetas e tantos outros patetas; ouvi por inúmeras vezes que eu “era considerado” de alguém que puxara a cadeira pra sentar e nem me conhecia, e de tantos outros que achei que ao menos conhecia um pouco e muito me decepcionei. Tive amores, tive dores, houve épocas em que eu funcionava melhor à noite, e noutras, nacredito, sequer via o dia alvorecer.

De certo mesmo que a boemia é um estado de espírito, e, diferentemente do que se imagina por aí ou se diz em “bocas-de-matildes”, deve ser levada à sério, tem toda aquela mística de encontrar os amigos, colocar a conversa em dia, fazer um pouco de intriga da vida dos outros (afinal homem e gente de bem não faz fofoca, e sim “intriga da vida alheia”), falar de algumas realizações, outros fracassos ou sentar pra ver o mar ou a chuva sozinho, e pra tornar tudo isso mais prazeroso a gente aproveita e entorna um ou outro gole, belisca um tremoço ou simplesmente vê o mulheril passar.

Dizia uma música, ao falar da boemia, e existem tantas outras, assim como os livros que compõem as vastas bibliotecas, que o “preto” bebe porque gosta, e o “branco” porque aprecia, e entre gostar e apreciar, sinceramente, muitos de nós acabamos bebendo simplesmente porque é líquido, e, ademais, “fi-lo porque qui-lo”, como já dizia desde antes da ditadura o finado Jânio Quadros. Ah, e só pra não perder a piada, já que falávamos do tal do Jânio, “..., “bebo que é líquido, porque se fosse sólido eu comê-lo-ia”, hehehe, nacredito.

E só pra terminar, já que falávamos em boemia, lembro um desejo, destes feitos em mesa de jantar, copos na mão e brinde entre os amigos, do filme “Troia”, desejando a todos “Que os Deuses mantenham os lobos nas colinas e as mulheres em nossas camas”. Estão vendo, a boemia alem de tudo é fraternal, de desejos de bom grado àqueles que nos aquecem o peito, e preferem sempre a loira mais gelada do canto do freezer.

Ok, ok, só pra não perder o costume, enquanto gela a cerveja, e frita a polentinha: “que nossos filhos tenham os pais ricos e as mães cuidadosas”.

Saúde, paz, amor e harmonia

terça-feira, outubro 25, 2011

MINHA (NADA) GRANDE PACIÊNCIA

DIA DE SOL INTENSO

Na fila do banco, depois de uma audiência sem precedentes, a excelentíssima estava impossível. Duas e meia da tarde, segunda feira brava, o sol brilhando contente, e intenso como o calor de suar à sombra.

- Que calor não?

- É.

- Chega a ser desagradável não? Molha até o cabelo na testa, embaça o óculos...

- Pois é

- Em dias destes dá vontade de estar na praia, tomando caipirinha ou dormindo com o ar-condicionado ligado...

- É.

- Um amigo já dizia “companheiro, calor só é bom na beira mar”, e nós aqui!

- Pois é.

- Já vi tudo, essa fila não anda mesmo, vamos ficar aqui mais uma hora, tempo o bastante pra gente conversar...

- É.

Agora a mesma conversa, como eu realmente gostaria de ter respondido naquele dia de poucos amigos, e muito calor:

- Que calor não?

- Nacredito, acha mesmo? Nem tinha “botado reparo!”. Jura?

- Juro sim...

- Valeu por me avisar, não fosse você mal tinha notado...

- De nada. Chega a ser desagradável não? Molha até o cabelo na testa, embaça o óculos...

- Ta brincando né, a gente sua no calor? Nem percebi, estou de terno porque lí numa revista que as mulheres adoram homem de terno...

- Verdade, que revista? Em dias destes dá vontade de estar na praia, tomando caipirinha ou dormindo com o ar-condicionado ligado...

- Dá sim, todo dia, toda noite, faça chuva ou faça sol.

- Legal. Um amigo já dizia “companheiro, calor só é bom na beira mar”, e nós aqui!

- E você ouve muito esse seu amigo?

- Há tempos não, brigamos.

- Nacredito, já imaginava, por isso puxa conversa com qualquer um na fila. Na certa ele disse que você vai acabar pobre e sozinho!

- Hehe, nisso ele errou. Sozinho não, essa fila não anda mesmo, vamos ficar aqui mais uma hora, tempo o bastante pra gente conversar...

- Que pena, eu parei aqui só pra fazer uma horinha, não tenho conta neste banco, to indo embora. Passar bem.

terça-feira, outubro 04, 2011

COMO NOSSOS FILHOS

Nacredito, parem o mundo que eu quero descer, e olha que eu nem peguei o bonde andando, e já que sentei na “janelinha”, peço ademais licença poética.

Nem quero lhes falar, queridos filhos, das (mesmas e tolas) coisas que sempre aprendemos, e aprenderão na rua. Agora, sem maiores intenções, quero apenas e tão somente lhes contar como vivemos e todas suas conseqüências. Querer viver tudo aquilo que sonhamos (pode) nem sempre ser, ou trazer lembrança de que o amor é em seu todo uma coisa boa.

Entretanto algum pranto que verter é sinal de amor sincero, enquanto o choro demasiado e insosso, é sinal do fraco espírito, já dizia Shakespeare. Assim, cuidado neném, nem sempre há apenas perigos na esquina. Lembrem-se que nem todos venceram naquele final que julgamos estar escrito pra nós, hoje não tão jovens quanto vocês logo o serão. Um conselho? Vá agora abraçar seu irmão, seja ou não de sangue, e beijar sua mãe, ainda que ela viva apenas na lembrança de seus dias e noites de saudade eterna. Ela que te carregou no braço e seu lábio não tinha pra ti apenas a voz..., tinha um beijo escondido no canto da boca, aquele mesmo já revelado por J.M. Barrie (in Peter Pan).

E se me perguntam “és possível em ti a paixão?” Revelo, deveras, que vivo encantado com minha nova “razão”. Vou sempre nutrir felicidade simplesmente apertando sua mão, que dizer então de compartilhar os seus dias? Pois senti no seu leito o verdadeiro gosto da satisfação e contemplação em olhar pra você... Embora não me esqueci da ferida da vida, ainda viva, aqui no meu coração...

Nacredito, e já faz tempo eu andei e também aprendi na rua, “cabeça de vento” e junto a gente que não se renova, mas sempre reunida. E das muralhas daquilo que construímos, hoje restam apenas ruínas de nossos dias, e ainda, é o que mais nos dói.

Minha esperança agora é descobrir, e te ensinar, que apesar de tudo que fizemos, já não somos os mesmos, e que crescemos..., nos já não somos os mesmos, e crescemos sob o amor de nossos pais.

Talvez nossos ídolos nunca sejam os mesmos, e na aparência ou temperamento pouco lembre seu pai, hoje mais “turrão”. Mas nunca diga que depois deles você não amou mais ninguém!

Pra quem pode até dizer que o amor demora, lembre-se que a velocidade é passado, e a demora é rito que nos inicia nas coisas boas. Ou caso fique se lamentando, ou mesmo, ame demasiadamente o passado, essas pessoas nem sempre vêm que algo novo a vida sempre nos tem...

Ah!, mas hoje eu sei que não basta apenas uma nova idéia, é preciso consciência e atitude pra não restar em casa apenas rezando por Deus e contando o vil metal até o fim de nossos dias.

E lembre-se: muitas vezes dói perceber que mesmo em face de tudo que fizemos, já não somos os mesmos, e nem sempre teremos... nós já não somos os mesmos, e nem sempre teremos... tenha certeza meu filho, que nos já não somos os mesmos e teremos vivos os nossos queridos pais.

Que vocês, nossos filhos, tenham sempre presentes os pais ricos (em amor) e mães maravilhosas.

Saúde, paz, amor e harmonia.

P.S.- Aos nossos descendentes merecedores do nosso incomparável ágape, e in memmoriam de minha mãe, tão merecedora quanto.

terça-feira, setembro 13, 2011

MISS UNIVERSO É COISA NOSSA

Lembrei até aquele musiquinha brega do antigo Show de Calouros do Silvio Santos: “... é coisa nossa...!”

E há que diga que a Angolana ganhou o Miss Mundo pra tentar esconder a nossa demagogia, ou seja, pra não ficar na cara e ganhar “de bate pronto” a brasileira, já que o Brasil cediou o evento, deram o prêmio pra uma miss que adora novela brasileira e fala português melhor que a maioria da população. E há quem diga que a Miss China so não levou o trofeu porque desconfiaram que não passava de uma impostora, seja ou pela origem ou pela semelhança entre muitas (!) mulheres das terras do tal do Tao.

Ouviram falar ou leram algo sobre o projeto de lei do Sen. Cristóvão Buarque, que obrigaria que filhos de políticos estudarem em escolas públicas? Então, acho que o bom mesmo era obrigar nossos políticos a usar apenas a rede pública de saúde, e, trocadilhos à parte, aí sim veriam o que é bom pra tosse!

Nestes dias atrás postei no facebook uma das maiores pérolas do Tim Maia (como não bastasse suas letras e furos), a célebre frase do filme setentista Rio Babilônia “No Brasil puta goza, cafetão tem ciúme, traficante é viciado etc”, mas acabei recebendo mais uma penca de frases do tipo, mas tem umas que valem a lembrança: “Político é julgado por seus pares por falta de decoro/ética", "arbitro de futebol tem mãe ofendida mas não desiste da profissão” (vai entender), e por aí vai.

Se o Liedson não voltar a fazer aqueles golzinhos pelo curintia o jeito vai ser fazer cover da lacraia com o MC Serginho. Vai Liedson, vai Liedson, vai Liedson!

E hoje é uma data muito imporante, pois em 1969 a TV transmitiu pela primeira vez a série Scooby-Doo, ou seja, o tal do cachorro medroso tá mais velho que eu! Tá vendo, ainda dá pra justificar o meu medo de sangue!

Como hoje em dia estamos na época do politicamente correto, e já que colocam fotos de pessoas mortas ou com doenças terminais em maços de cigarro, que tal fotos de pessoas (extremamente) obesas nos pacotinhos de batata frita, animais torturados em embalagens de cosméticos (cade as modelos da Petta?), acidentes de transito em latas de cerva, acampamentos de sem teto nas contas de luz e água e (principalmente) políticos corruptos (que pra mim é quase que um pleonasmo) nas guias de impostos.

E o hit do momento é o tal do “ponei maldito (http://www.youtube.com/watch?v=X3yGSJE53kU)”! Dizem que Justin Bieber quer uma daquelas que passa no comercial... “quer uma pick-p daquelas?, Não uma daquelas éguinhas ma-ga-vi-lho-sas!”, hehehe, nacredito!

E a mãe que foi demitida por doar o rim pro filho!? Viram erssa? E o pior é que no tal do memorando à imprensa a empresa alega que tinha motivos legais para demissão. Vai que tinha um parente dos donos da empresa na fila do transplante e nós não estamos nem sabendo...

E pra terminar, do estádio do meu corintia todo mundo fala, mas do Maracanã, que tem greve de funcionário, morte no trabalho, “forante” todos os outros problemas do Rio ninguem lembra!? Sem horas e sem dores, não vos esqueceis do vosso nariz de palhaço em sinal de protesto, aquele mesmo, usado na sessão da cãmara de vereadores em Bari City.

segunda-feira, agosto 22, 2011

DURA VERDADE, E VERDADE QUE NÃO DURA NADA

Precisava realmente de uma boa (!) noticia pra começar a semana, e depois de navegar pela nata da net, fui realmente parar num site bom, o Millor Fernandes (http://www2.uol.com.br/millor/) detonou com a sua proposta de plebiscito para a legalização da corrupção, eu desde já sou totalmente à favor desde que não pratiquem o bulling conosco por votarmos contra. O bulling ta tão na moda que eu já acho que ficou démodé.

Interessante também a (big bang) teroria do Xico Sá (http://xicosa.folha.blog.uol.com.br/) sobre o mesmo tema, ou seja, corrupção. Ele trata com charme e justiça Hobin Hodiana o valor do ladrão de galinhas e abriu os meus olhos pra algo que eu já desconfiava, ou seja, o tal do termo governabilidade é sinônimo de corrupção, e das brabas.

O jovem brasileiro tá se valendo de um rodízio de engajamento. Explico: nós que outrora pintamos a cara e derrubamos presidente, hoje nada fazemos em face da corrupção e desmando, e pra mim está claro que é uma espécie de rodizio de engajamento político, pois agora essa parece a vez dos jovens do resto do mundo (Inglaterra, Israel, Libia, e tantos outros países, tem até o jovem chileno bravinho com seu governo, e em prol da educação), resta que aqui no Brasil parece apenas que o jovem quer seu lugar à sombra acessando as redes sociais via algum monstengo tecnológico. Ouvi estes dias que basta ao povo brasileiro (e das classes C, D e etc, principalmente) apenas um celular igual do chefe ou do político ali da esquina e tá tudo certo: “tá vendo, tenho um celular igual ao do prefeito. Eu é que sou f...” Nacredito, mas me parece a mais (dura) verdade, e a verdade que é bom, xíiiii, tem durado tão pouco por estes dias.

Mas vamos falar de cultura (!), e as propagandas do SWU (show de música, que na primeira versão em Bauru foi um fracasso de público)? “Poderia ser na Europa, mais vai ser em Paulínia...”, deveria ser algo assim: “(o ingresso) poderia ser um salário mínimo, mais é só 535,00 reaus”. Barato pra caramba, "me vê um quilo disso aí seu moço!"

E pra terminar por hoje, reitero o brado aos eleitores (parafraseando o tal Xico Sá) brasileiros para nosso derradeiro embate nas urnas: mais ladrões de galinha e menos profissionais da política. E nunca vos esqueceis, sem horas e sem dores, do vosso nariz de palhaço em sinal de protesto, apesar do rodízio.