quinta-feira, maio 24, 2012


FILOSOFIA DE BUTECO # 9

Mea culpa, sou réu confesso! “Peguei, virei, aprovei e gostei, tornei a beber no mesmo lugar (ou seja, o bar!)..., timtim, timtim, timtim párará, timtim”!
Filosofia de buteco, quem já está acostumado sabe como é, quem não está também sabe, afinal de contas todos “entornam” umas, mesmo que no bar da esquina, e assuntam sobre a aventura da vida cotidiana.
E falando na aventura da vida (a alheia então sempre parece mais interessante que a nossa, se non é vero?), estávamos até agora a discutir o som das palavras, ou seja, que algumas palavras tem um som legal de se pronunciar e outras tantas nem são assim tão aprazíveis aos nossos ouvidos. Quer um exemplo clássico disso? A palavra SOVACO, ou a sua corruptela popularesca SUBACO, é feia pra caramba. Nem vem tanto ao caso seu significado semântico, ou localização e odores afins, estamos a falar do tal do “vale quanto pesa”, se é que vocês me entendem? Isso sem contar que a gente nunca sabe realmente se fala o tal do SOVACO ou SUBACO quanto quer se referir às axilas. Ou será que tal fenômeno só ocorre em nossa mesa, que aguarda impacientemente mais uma rodada daquele coberto por três dedos de creme. Garçom, cadê você meu filho!?
Acabamos por concordar, de outra sorte, que uma das palavras mais gostosas de se dizer, e coincidências à parte, é a (palavra) BUNDA. O “bum” tônico desta paroxítona vem agradando nossa gente há bem mais de várias décadas, isso desde nossa adolescência e coisa e tal, e todas as espinhas na cara. Não há nada como uma boa e sonora BUNDA! Repitam comigo: BUN – DA!
A maioria dos xingamentos que usamos no day by day também entram nessa classe, e são tão prazerosas quanto uma boa bunda. Não concordam?
Mais deixemos as palavras pra trás, e vamos em frente com os devaneios de nossas mentes etílicas. Notaram como, impreterivelmente, gostamos de ser nostálgicos? Mais antes mesmo que você torça o nariz achando que vou vir com aquele “convercê” torto e  chato afirmando que “no meu tempo era assim ou assado”, já vou logo finanlizando esse tópico, ou seja, lembrei disso apenas pra afirmar que este tempo de agora é sim tudo de bom (e não que o passado era melhor), e que daqui a 10 ou 20 anos vamos nos relembrar destas conversas regadas à chopp e olhadelas na mesa ao lado, concluindo apenas e tão somente, por fim, de que tudo na vida pode melhorar e de que o tempo opera maravilhas no ser humano, até mesmo em nós, machos-alfa dominadores (!) da espécie.
E eis que em meio a uma dessas dúzias de assuntos que se perdem no ar em fração de segundos, lembrei de minha avó, que após um destes sustos que os mais velhos costumam nos dar após uma complicada cirurgia, veio toda curiosa me perguntar como estava o nosso “curintcha” na libertadores: “não me esconda nada, quero saber a verdade heim! To preparada pro pior”, hehehe. As avós são como Aristóteles para os filósofos, ou seja, estão sempre à frente de nosso tempo, e de nada importa a idade e não terem idéia do que é um “iPhone”! Segundo elas mesmo, não deve ser lá coisa tão moderna assim, afinal ta até escrito com “PH”, lembrando até a pharmacia do século passado, antes mesmo do nascimento delas. Discorde quem tem coragem: as avós são ou não as propagadoras de toda a genialidade humana!?
E hoje nós, a metade do bar, estamos todos muitos contentes porquê o timão foi pra semifinal da Libertadores, e a outra metade mordendo o próprio rabo pelos mesmos motivos! Que venha o Santos, já que incertos todos os dias, e certeza mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”... Se é que eles têm coragem!

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