FILOSOFIA DE BUTECO #
9
Mea
culpa, sou réu confesso! “Peguei, virei, aprovei e gostei, tornei a beber no
mesmo lugar (ou seja, o bar!)..., timtim, timtim, timtim párará, timtim”!
Filosofia
de buteco, quem já está acostumado sabe como é, quem não está também sabe,
afinal de contas todos “entornam” umas, mesmo que no bar da esquina, e assuntam
sobre a aventura da vida cotidiana.
E
falando na aventura da vida (a alheia então sempre parece mais interessante que
a nossa, se non é vero?), estávamos até agora a discutir o som das palavras, ou
seja, que algumas palavras tem um som legal de se pronunciar e outras tantas
nem são assim tão aprazíveis aos nossos ouvidos. Quer um exemplo clássico
disso? A palavra SOVACO, ou a sua corruptela popularesca SUBACO, é feia pra
caramba. Nem vem tanto ao caso seu significado semântico, ou localização e
odores afins, estamos a falar do tal do “vale quanto pesa”, se é que vocês me
entendem? Isso sem contar que a gente nunca sabe realmente se fala o tal do
SOVACO ou SUBACO quanto quer se referir às axilas. Ou será que tal fenômeno só
ocorre em nossa mesa, que aguarda impacientemente mais uma rodada daquele
coberto por três dedos de creme. Garçom, cadê você meu filho!?
Acabamos
por concordar, de outra sorte, que uma das palavras mais gostosas de se dizer,
e coincidências à parte, é a (palavra) BUNDA. O “bum” tônico desta paroxítona
vem agradando nossa gente há bem mais de várias décadas, isso desde nossa
adolescência e coisa e tal, e todas as espinhas na cara. Não há nada como uma
boa e sonora BUNDA! Repitam comigo: BUN – DA!
A
maioria dos xingamentos que usamos no day
by day também entram nessa classe, e são tão prazerosas quanto uma boa
bunda. Não concordam?
Mais
deixemos as palavras pra trás, e vamos em frente com os devaneios de nossas
mentes etílicas. Notaram como, impreterivelmente, gostamos de ser nostálgicos?
Mais antes mesmo que você torça o nariz achando que vou vir com aquele
“convercê” torto e chato afirmando que
“no meu tempo era assim ou assado”, já vou logo finanlizando esse tópico, ou
seja, lembrei disso apenas pra afirmar que este tempo de agora é sim tudo de
bom (e não que o passado era melhor), e que daqui a 10 ou 20 anos vamos nos
relembrar destas conversas regadas à chopp e olhadelas na mesa ao lado,
concluindo apenas e tão somente, por fim, de que tudo na vida pode melhorar e
de que o tempo opera maravilhas no ser humano, até mesmo em nós, machos-alfa
dominadores (!) da espécie.
E eis
que em meio a uma dessas dúzias de assuntos que se perdem no ar em fração de
segundos, lembrei de minha avó, que após um destes sustos que os mais velhos
costumam nos dar após uma complicada cirurgia, veio toda curiosa me perguntar
como estava o nosso “curintcha” na libertadores: “não me esconda nada, quero
saber a verdade heim! To preparada pro pior”, hehehe. As avós são como
Aristóteles para os filósofos, ou seja, estão sempre à frente de nosso tempo, e
de nada importa a idade e não terem idéia do que é um “iPhone”! Segundo elas
mesmo, não deve ser lá coisa tão moderna assim, afinal ta até escrito com “PH”,
lembrando até a pharmacia do século passado, antes mesmo do nascimento delas.
Discorde quem tem coragem: as avós são ou não as propagadoras de toda a
genialidade humana!?
E hoje
nós, a metade do bar, estamos todos muitos contentes porquê o timão foi pra
semifinal da Libertadores, e a outra metade mordendo o próprio rabo pelos
mesmos motivos! Que venha o Santos, já que incertos todos os dias, e certeza
mesmo somente nas nossas noites num boteco qualquer”... Se é que eles têm
coragem!
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